Onça ameaçada de extinção que foi atropelada e morta no litoral de SP estava grávida de dois filhotes

A onça-parda (Puma concolor), morta após ser atropelada em Cananéia, no litoral de São Paulo, estava grávida de dois filhotes. A informação foi confirmada pelo Instituto de Pesquisas de Cananéia (Ipec) ao g1, nesta quarta-feira (10), após sair o resultado da necropsia, exame que investiga a causa da morte.

O acidente aconteceu na Estrada Municipal Prefeito José Herculano Rosa, no dia 28 de março. Segundo a PM Ambiental, a corporação enviou uma equipe ao local depois de ser acionada por motoristas que se depararam com o animal desacordado na via.

Onça atropelada e morta em Cananéia (SP) estava grávida de dois filhotes (Foto: Rafael Sardinha/Divulgação/Ipec)

Os policiais levaram o animal ao instituto, onde constataram se tratar de uma fêmea jovem em estágio inicial de gestação. O Ipec lamentou, portanto, a perda de três animais de uma espécie que já está ameaçada de extinção. De acordo com os pesquisadores, as mortes das onças podem afetar todo o ecossistema.

“Esses animais desempenham uma função vital ao contribuírem no controle populacional de suas presas ou predando animais fracos e doentes”, afirmou a instituição, por nota.

Feto foi encontrado no útero da onça-parda atropelada em Cananéia (SP) (Foto: Rafael Sardinha/ Divulgação/Ipec)

Causa da morte

O resultado da necropsia constatou que um trauma no crânio da onça, provavelmente causado pelo impacto do atropelamento, foi a principal lesão que a levou à morte. Consequentemente, a perda dos sinais vitais da fêmea afetaram o desenvolvimento dos dois fetos.

Além disso, o animal estava com hematomas pelo corpo, fraturas nas costelas e acúmulo de sangue no espaço pleural – área que contém um líquido que lubrifica e permite um deslizamento de duas camadas do pulmão durante o movimento respiratório.

Trauma no crânio levou onça-parda à morte em Cananéia (SP) (Foto: Rafael Sardinha/Divulgação/Ipec)

Onça-parda

Também conhecida como suçuarana, puma, onça-vermelha e leão-baio, a onça-parda (Puma concolor) é a segunda maior espécie de felino do Brasil, só ficando atrás da onça-pintada (Panthera onca). Tem corpo alongado, com até 1,08 metro de comprimento. A cauda longa mede até 61 centímetros e a altura é de 63 centímetros.

Onça-parda chega a 1,08 metro de comprimento e pode pesar mais de 70 quilos (Foto: Associação Mata Ciliar/Divulgação)

O macho adulto pode pesar por volta de 70 quilos. A pelagem da suçuarana tem coloração uniforme, variando entre marrom-acinzentado bem claro e marrom-avermelhado escuro. Possuem hábitos noturnos (predominantemente) e diurnos.

Embora seja uma espécie terrestre, possui habilidade para subir em árvores e é muito ágil. Pesquisas comprovaram que a suçuarana é o predador mais eficiente e mais flexível entre os felinos. Ela consegue alimento em 75% das vezes em que parte para o ataque. A alimentação inclui desde pequenos roedores até mamíferos de grande porte (capivaras, veados e catetos), aves e répteis.

Extinção

Em nota, o Ipec afirmou que a onça-parda sofre diferentes impactos decorrentes das ações humanas, como a caça ilegal, perda de hábitat, poluição e atropelamento, o que tem levado a um decréscimo nas populações.

A instituição ressaltou que o caso da onça atropelada não é um caso isolado. Diariamente, outras espécies de felinos e até mesmo gambás, tatus, serpentes, lagartos, roedores e aves, perdem as suas vidas vítimas de atropelamento.

Onça foi atropelada em estrada municipal de Cananéia. (Foto: Divulgação/Polícia Militar Ambiental)

Fonte: G1

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