Este sapo marinho de aparência estranha pode parecer crochê. Mas é uma das cem espécies possivelmente novas para a ciência que foram encontradas em montanhas subaquáticas ao largo do Chile.
No início do ano, cientistas exploraram o oceano ao largo do Chile e encontraram uma nova espécie que vive nas profundezas. A criatura em questão é vermelha, parece uma peça de tricô ou crochê, tem os olhos arregalados e expressão sombria.
Segundo reportagem da National Geographic, trata-se de um tipo de sapo marinho com pele composta por pequenas agulhas que provavelmente oferecem proteção e orifícios para os órgãos sensoriais. O estranho animal ainda tem barbatanas modificadas que lhe permitem caminhar no fundo do mar.
Na expedição, os pesquisadores mapearam quatro montanhas subaquáticas até então desconhecidas, chamadas montes submarinos, bem como seis já conhecidas pela ciência.
“A natureza única da topografia dos montes submarinos permite que certos tipos de espécies vivam e se adaptem a um estilo de vida que só pode ser encontrado naquela montanha específica”, disse o membro da equipa Jan Maximiliano Guerra, estudante de doutorado na Universidade Católica do Norte. “Portanto, a maioria das espécies que encontramos ao longo desta cordilheira e nos montes submarinos são únicas na natureza e não podem ser encontradas em nenhum outro lugar do mundo.”
Acredita-se que existam mais de 100 mil montes submarinos pelo mundo, mas menos de 0,1% deles são explorados, de acordo com a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA, na sigla em inglês). E atividades humanas como pesca comercial e pesca de arrasto podem prejudicá-los.
Javier Sellanes, cientista chefe da expedição no Chile e biólogo marinho da Universidade Católica do Norte, afirmou que é necessário proteger mais deles, pois abrigam uma diversidade de criaturas.
Além do curioso sapo marinho vermelho, nesta recente análise foram avistadas mais de 100 espécies nos montes submarinos visitados. Dentre elas, esponjas gigantes, campos de lírios marinhos; polvos que vivem no fundo do mar e enormes corais de bambu com 3 metros de altura.
“Cada monte submarino é único e proteger apenas alguns não é suficiente para proteger de forma eficiente toda a diversidade de fauna e habitats que acolhem”, observou. “O que exploramos em cada mergulho com ROV é exatamente o que conseguimos ver em uma trilha de cerca de dois quilômetros, o que é insignificante comparado ao enorme volume dessas estruturas.”
Muito mais espécies permanecerão desconhecidas até que os cientistas regressem para futuras explorações. “O que já sabemos sobre [estes ecossistemas de águas profundas] justifica a sua proteção, mas o que ainda não sabemos justifica-a ainda mais”, finalizou o biólogo.
Fonte: Um Só Planeta