Um grupo de sete orcas foi encontrado por biólogos e pesquisadores em Ilhabela, no Litoral Norte de São Paulo, nesta segunda-feira (25). Elas também foram avistadas na manhã desta terça (26) e seguem no litoral paulista.
Veja o vídeo.
Membros da família dos golfinhos, os animais têm sido observados na região de Borrifos no sul de Ilhabela, por profissionais do ‘Viva Instituto Verde Azul’, criado em 2014 com o objetivo estudar e preservar baleias e golfinhos no Litoral Norte.
“O grupo é formado por sete orcas. Tem machos e fêmeas, adultos e juvenis. Um dos machos, inclusive, já é conhecido no nosso meio. Ele recebeu o nome de Almirante e foi visto no Brasil pela primeira vez em 1993”, informa Marina Leite, bióloga do Viva Instituto Verde Azul
De acordo com ela, as orcas são animais conhecidos como cosmopolitas, pois não tem um lugar fixo e habitam todos os oceanos do planeta, do Ártico ao Antártico.
A passagem deles pelo Litoral Norte de São Paulo acontece todo ano, mas não é considerado frequente, já que é registrada apenas uma aparição por ano. O motivo da ‘visita’ das orcas à região é a busca por alimento – animais que habitam a região do litoral paulista.
“O grupo não é de Ilhabela. Elas vivem fazendo grandes viagens e o mar da ilha é um dos locais por onde passam. Costumam vir no verão, mas há um registro também em junho. As orcas procuram comida, como arraias, lobos marinhos, tartarugas e até aves. Alguns atobás mergulham para procurar peixe e as orcas se aproveitam”, diz Marina.
A espécie está no topo da cadeia alimentar, portanto, não é considerada alimento para nenhum outro animal. Os únicos responsáveis por matarem orcas no mundo são os seres-humanos. Caso não haja interferência direta dos humanos, as orcas podem viver cerca de 80 anos.
Sediado em Borrifos, o instituto tem um ponto fixo no local, onde biólogos e pesquisadores ficam todos os dias. O objetivo é observar animais marinhos e a interferência das interações humanas na vida deles.
A 100 metros de distância do mar, esse ponto conta com uma estrutura de 10 metros de altura, que oferece uma vista de 207 km2 do oceano. Binóculos e câmeras são usadas para observar os animais com mais detalhes.
Quando espécies importantes como as orcas aparecem, uma equipe se descola para o mar para poder fazer a observação mais de perto e estudar o comportamento dos animais.
“É um presente ver esses animais de perto. Um privilégio. Enche os olhos saber que eles estão no Litoral Norte de São Paulo. E isso prova que a vida marinha da região está ativa, já que as orcas vêm atrás de outros animais. É uma grande oportunidade de vê-las em vida livre”, disse Marina Leite, bióloga.
Fonte: G1