Entidades de conscientização ambiental de Ubatuba (SP) instalaram uma árvore de Natal feita com lixo que foi recolhido das praias da cidade durante este ano. A decoração, que tem sete metros de altura, está exposta na praça da Baleia, localizada na região central.
A ação já tem mais de seis anos e acontece em conjunto entre o Instituto Argonauta, o Projeto Tamar e o aquário do município.
O objetivo, segundo o oceanógrafo Hugo Gallo, é conscientizar e chamar atenção para a quantidade de lixo que é deixada nas praias do Litoral Norte do estado, ainda mais no fim de ano, época em que a região está cheia de turistas.
“Todo o material usado na árvore é lixo que foi recolhido das praias. O nosso principal intuito é educar em relação a esse problema que infelizmente é muito sério”, explica o presidente do instituto.
“As pessoas se aproximam da árvore com aquele sentimento bom de Natal e se chocam quando olham os detalhes com mais atenção. Não é uma árvore bonita como as outras, com enfeites. É uma árvore feita de lixo. Então, quando a pessoa percebe isso, entende o problema e se sensibiliza.”
De acordo com a ação, só o instituto argonauta já recolheu mais de 41 toneladas de lixo nas praias do Litoral Norte desde 2016. “De todos os animais que encontramos mortos, em cerca de 25% encontramos lixo no estômago. Isso é muito triste e grave”, completa Hugo.
Conscientização
De acordo com o Instituto Argonauta, o trabalho de conscientização ambiental em Ubatuba e em todo o Litoral Norte começou em 1996 e foi uma das primeiras campanhas do Brasil.
Junto com membros do Projeto Tamar, Gallo foi para os Estados Unidos acompanhar de perto ações que eram realizadas no país americano, tido como exemplo no assunto nesta época.
De volta ao Brasil, o grupo começou a campanha local com cartazes e banners explicando os efeitos negativos de deixar lixo na praia. Os resultados logo começaram a aparecer.
Desde então, uma parceria oficial entre o instituto, o projeto e o aquário da cidade trabalham para que a educação ambiental atinja cada vez mais pessoas na região.
Fonte: G1