Em menos de um mês, a Praia do Guaraú, em Peruíbe, no litoral de São Paulo, foi o cenário de ao menos duas situações de afogamentos [quando não há morte]. Primeiro, a família Feliciano foi salva por um desconhecido ao se afogar. Depois, a esteticista Priscilla Pereira da Silva, que havia sido dada como morta por familiares, apareceu viva após 9h. Ambos os casos trazem um questionamento: Por que ocorrências dessa natureza são recorrentes na praia? A engenheira ambiental Luiza Amâncio, de 25 anos, explicou os fatores que justificam os casos.
![Praia do Guaraú, em Peruíbe (SP) — Foto: Orion Pires/G1](https://s2.glbimg.com/CCFm2wEbYlnK-Obtgr6PQbcUjXo=/0x0:2983x1677/984x0/smart/filters:strip_icc()/s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2017/03/15/img_20140309_052330.jpg)
A Praia do Guaraú é conhecida, principalmente, por ser uma região onde há o encontro do rio com o mar. No caso, o Rio Guaraú desagua no mar. Luiza afirma que nessa região, portanto, é comum acontecerem correntes de retorno.
![Situações de afogamentos em praia de SP acendem alerta: (à dir) Priscila que chegou a ser dada como morta e (à esq) a família resgatada por um jovem em uma moto aquática — Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal](https://s2.glbimg.com/Q-w7gqX9Hk3EPoyLZc2p3WCyQ0c=/0x0:3264x1883/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2022/r/7/iFB89TQsAimsFfQPYC2w/casos-de-afogamento-em-praia-de-sp-acendem-alerta.jpg)
“Essas correntes acabam se formando pela ação das ondas e do vento, que fazem a água se acumular na parte mais rasa”, explica. Esse fenômeno, segundo a especialista, é o que influencia os afogamentos naquela região.
Luiza comenta que, nesse cenário, é comum o banhista entrar na água e perceber que está sendo “puxado” para o fundo. Por isso, ela ressalta a importância de manter distância das áreas sinalizadas com bandeiras que indicam perigo no mar. Segundo a especialista, nessas áreas costumam ser mais comuns as formações de correntes de retorno.
Como identificar uma corrente de retorno
A engenheira ambiental orienta que, mesmo sem sinalizações de perigo na praia, é importante observar o mar para identificar possíveis correntes de retorno. Se notada a possibilidade de correnteza, o indicado é não entrar na água.
Luiza explica que a corrente de retorno pode ser identificada pela ausência de quebra de ondas, por ondas quebrando em direções opostas e pela mudança na coloração da água. Segundo ela, a coloração da corrente pode ficar mais escura ou mais clara que o mar ao redor.
Família em perigo é resgatada
![Família foi resgatada por jovem de moto aquática em SP — Foto: Arquivo pessoal](https://s2.glbimg.com/zLB8YhCa0jpKCcQvA9X-zSSp8Bs=/0x158:1599x1286/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2022/U/r/URf2udR0enSIHfLAvqnA/familia-foi-resgatada-por-grupo-que-utilizava-jetskis-em-sp.jpg)
Rosa Feliciano, de 50 anos, o marido, de 47, e o filho, de 17, quase se afogaram na Praia do Guaraú, em 23 de abril. Eles foram resgatados por um desconhecido.
Em entrevista, Rosa disse que a família entrou na água e, em instantes, uma espécie de “redemoinho” muito forte se formou. Enquanto lutavam para não serem arrastados pela correnteza, mãe e filho começaram a pedir por socorro. Por sorte, o pedido foi atendido em pouco tempo com ajuda de banhistas.
Após o susto, a mãe fez um pedido nas redes sociais para reencontrar quem teria os salvado. Em poucos dias, o pedido chegou no motoboy Guilherme Bernardinelli, de 29 anos, que mora em Ribeirão Pires (SP) e estava a passeio pela Praia de Guaraú no momento em que a família estava em perigo. Ele decidiu arriscar sua vida para salvar as vítimas, e conseguiu.
Mulher some no mar e é dada como morta
![Priscilla foi encontrada viva à beira da estrada — Foto: Reprodução](https://s2.glbimg.com/lk1_kNAysmturzHUPnK-TJcIprc=/0x145:1160x987/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2022/M/V/AaDAVUS7mPmpAVvne6LQ/priscilla-foi-encontrada-viva-apos-ser-sido-dada-como-morta-.jpg)
No último dia 17 de maio, a esteticista Priscilla Pereira da Silva, de 46 anos, foi dada como morta por familiares após desaparecer no mar da Praia do Guaraú, em Peruíbe. A profissional, que afirma não saber nadar, foi encontrada pedindo por ajuda na beira da estrada depois de um sumiço de quase 9h.
A sobrevivente explicou que ela e a patroa caminhavam pela orla da Praia do Guaraú com a água na altura do joelho, quando o mar começou a ficar forte e agitado. A esteticista relata que as duas foram rapidamente arrastadas para uma área onde a água batia “na altura do peito”.
Priscilla conta que a patroa, depois de muito esforço, conseguiu sair da água. Mas ela, sem saber nadar, permaneceu no mar. O sumiço da mulher durou quase 9h, até que foi encontrada na beira da estrada pedindo por socorro. Ela relata ter sido “abençoada” com um “milagre”.
![Priscilla foi acudida por amigos, familiares e pelo Corpo de Bombeiros — Foto: Arquivo Pessoal](https://s2.glbimg.com/Pgmcfy1UgF7jWM4gVflFP8wCzB4=/0x0:3264x2238/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2022/T/t/GHB9tBQdSbpbBSfmEBdw/priscilla-foi-acudida-por-amigos-e-familiares-apos-ser-dada-como-morta.jpg)
Um sargento que trabalha há 20 anos na área, e atuou nas buscas pela Priscilla, confessou à reportagem que nunca havia vivenciado situação parecida a que foi protagonizada pela esteticista.
![Priscilla posa ao lado dos soldados Araújo e Santos e do 3° sargento Soniel (da esq. para direita) — Foto: Arquivo Pessoal](https://s2.glbimg.com/kLUL0rKXIH78Xj9wzF_BCvjU4_c=/0x0:1598x1163/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2022/c/S/4Dv0YBRBylnrAseAHyVg/priscilla-posa-ao-lado-do-soldado-de-policia-militar-araujo-do-soldado-da-pm-dos-santos-e-do-3deg-sargento-de-pm-soniel-da-esq.-para-direita-.jpeg)
Fonte: G1