SC tem 42 mortes por afogamentos e dobro de lesões por águas-vivas em 65 dias de Operação Veraneio

Em 65 dias de Operação Veraneio, Santa Catarina teve 42 mortes por afogamento e quase o dobro do número de lesões por águas-vivas em relação à temporada passada. Os números foram divulgados pelo Corpo de Bombeiros Militar.

A etapa de temporada da Operação Veraneio, focada na prevenção de acidentes durante o verão, foi de 16 de dezembro de 2023 até domingo (18). Atuaram 149 guarda-vidas militares, uma média de 2 mil guarda-vidas civis voluntários e 262 alunos-soldados em estágio supervisionado.

Os bombeiros destacam que há um período de pós-temporada da Operação Veraneio, que vai até 31 de março (veja mais informações abaixo).

Mortes por afogamento

Do total de 42 mortes por afogamento, a maioria ocorreu em água doce.

  • As mortes por afogamento ocorridas em água doce foram todas em locais sem a presença dos guarda-vidas;
  • Já nos óbitos no mar, foram 12 em áreas sem guarda-vidas e sete em locais com esses profissionais;
  • A média de idade das vítimas é de 33 anos e a maioria é de homens. Das 42 mortes, 39 foram de pessoas do sexo masculino;
  • Além desses óbitos, os bombeiros também contabilizaram 12 em áreas privativas, como piscinas.

Helicóptero pousou na Praia de Canasvieiras para atendimento a argentino que morreu afogado em Florianópolis no domingo (18) (Foto: CBM-SC/Divulgação)

Na Operação Veraneio da temporada passada, foram 43 mortes por afogamento, sendo 41 homens e duas mulheres.

Do total de óbitos na temporada 2022/2023, foram 20 em água doce, todos em áreas sem guarda-vidas, e 23 no mar, sendo 16 em locais descobertos pelos bombeiros.

No verão passado, a Operação Veraneio durou de 17 de dezembro de 2022 a 26 de fevereiro de 2023.

Lesões por águas-vivas

Nesta temporada, foram 41.482 lesões por águas-vivas, contra 24.767 no verão passado. Os postos de guarda-vidas indicam a presença das águas-vivas através de uma bandeira lilás.

O professor Alberto Lindner, responsável pelo laboratório de Biodiversidade Marinha da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), explicou que é normal o aumento de ocorrências com água-viva no verão. Isso ocorre porque a temperatura da água do mar está relacionada com o ciclo de vida de algumas espécies.

Caravela-portuguesa na orla da praia da Cachoeira do Bom Jesus, em Florianópolis (Foto: Bibiane Tonelero da Silva/Divulgação)

Neste ano, o pesquisador já vinha observando a presença de mais águas-vivas nas praias de Florianópolis. Segundo ele, o número de acidentes com o animal neste ano pode estar relacionado com um aumento da temperatura da água do mar.

“No verão, a gente tende a encontrar águas-vivas em maior abundância, que é quando também a gente tem mais banhistas no litoral e acaba tendo essa interação. O acidente é o toque na água-viva”, disse o professor.

Pós-temporada

A etapa de pós-temporada da Operação Veraneio 2023/2024 iniciou na segunda (19) e segue até 31 de março. Neste período, os postos guarda-vidas começam a ser gradativamente desativados, de acordo com a necessidade estudada previamente.

O atendimento segue sendo realizado com 317 postos em balneários de 28 municípios. Em algumas cidades, por conta do fluxo de pessoas e turistas, o serviço é mantido durante todo o ano, conforme o Corpo de Bombeiros.

É possível ver quais postos de guarda-vidas estão ativos pelo aplicativo do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina.

O que fazer se for ferido por água-viva

O Corpo de Bombeiros Militar divulgou orientações sobre o que fazer se você for ferido por uma água-viva:

  • Procure o posto de guarda-vidas mais próximo
  • Caso não haja posto de guarda-vidas, use vinagre
  • Nunca use água doce, ela pode agravar a situação
  • Caso não haja vinagre disponível e a queimadura continuar, chame o Corpo de Bombeiros através do telefone 193

Fonte: G1

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