“Eram 20h30 e eu estava lendo um livro quando senti a presença de alguém. Levantei os olhos e vi, materializada, uma menina loira, bem branquinha e de olhos azuis. Uma fita enorme na cabeça e outra enorme atrás, no vestido, feito um laço. A vestimenta parecia uma roupa escolar, que tinha suspensório, saias pregueadas, meia 3/4 alta e sapatinho baixo”. Esse relato é do presidente do Instituto Histórico Geográfico de São Vicente, Paulo Costa, que ficou em choque quando viu a menina, pois a casa estava trancada e seria impossível alguém entrar.
Paulo conta que a sua primeira reação, além do espanto inicial, foi ficar olhando a menina e perguntar como ela havia entrado no local. “No momento em que perguntei, ela fez “puf”, desmaterializando-se diante dos meus olhos. Eu lembro nitidamente da imagem da menina e certamente era de alguém que viveu nesses jardins”.
Após o episódio, o presidente do Instituto acredita que há energias, que, segundo ele, seriam boas e de pessoas que tem ligação com a propriedade.
O terreno de 8.500 metros quadrados abriga não só a casa principal, onde funciona hoje o Instituto Histórico Geográfico de São Vicente, mas também a sede dos Escoteiros. “Estão enterradas neste local urnas funerárias indígenas há mais de um metro de profundidade. Com certeza essas energias estão aqui”, afirma Paulo.
Supervisor administrativo do casarão há 13 anos, Cirilo de Jesus Santos, comenta que nunca viu, nem sentiu nada no local, mas que algumas pessoas já viram vultos. “Algumas viram um vulto passar para uma sala e quando olharam, não havia ninguém”.
De acordo com Paulo, o cômodo que mais concentra as energias é a sala de costura das meninas. “Era um dia bonito, sem vento. Nós estávamos no quarto de costura e, de repente, a janela do escritório do “Barão” bateu com muita força. Não havia ninguém lá e, nesse momento, eu falei: ‘Senhores fantasmas fiquem à vontade! A Casa é de vocês!’.
Paulo, que antes não acreditava em espíritos, passou a crer após essas experiências. Ele explicou que quando está sozinho, após o expediente, começa a escutar passos, ruídos estranhos, portas batendo, ranger de móveis e cadeiras sendo arrastadas. “Só que você não vê isso ‘in loco’, você vê algumas modificações. Por exemplo, à noite você deixa a cadeira numa posição e no dia seguinte ela está em outra, o que significa que existe uma forma de energia, que eu insisto, nesse caso não é maldosa, é uma energia do bem”.
“Casa do Barão” – Construída no fim do século XIX, abriga o Museu Histórico, o Instituto Histórico-Geográfico (IHG), a biblioteca Historiador Francisco Martins dos Santos, além de contar com uma grande reserva ecológica. A casa foi construída pelo Barão alemão Von Prietzelwitz, em 1925.
O museu guarda um acervo permanente com exemplares embalsamados da fauna nativa regional, esculturas, memorial da revolução de 1932, além de artefatos e mobílias que pertenceram à família do barão, somando 26 mil itens de incalculável valor histórico. Já a biblioteca conta com 36 mil volumes, incluindo um livro impresso na prensa de Gutemberg, de 1753, e a publicação original da Lei Áurea.
O IHGSV funciona de segunda a sábado, das 8h30 às 18h. Já o museu pode receber visitas de segunda a sábado, das 14h às 17h. A casa fica localizada na rua Frei Gaspar, 280, no Centro.
Fonte: Carmen Doria/PMSV – Fotos: Divulgação/PMSV