O prefeito de São Vicente, Kayo Amado (Podemos), disse que a administração municipal não vai deixar de brigar por melhorias na segurança pública da cidade. A declaração desta segunda-feira (13) aconteceu um dia após um grupo de criminosos passar assaltando banhistas nas praias do Itararé e Gonzaguinha.
Em entrevista o chefe do Executivo disse que a prefeitura vem solicitando apoio do Governo de São Paulo para aumentar o efetivo policial há bastante tempo. Ele afirmou que o arrastão ocorreu em um cenário no qual a “polícia não chega primeiro”.
“A gente vai enfrentar o que tiver que enfrentar. Ontem [domingo] à noite, eu estava conversando com o comando geral da Polícia Militar do estado. A gente precisa de mais efetivo policial. Isso todos os prefeitos da Baixada brigam, pedem, insistem”, disse.
Amado afirmou que a Prefeitura conta com muita força dos deputados que se posicionaram dizendo que cobrarão o estado. Para ele, a falta de policiamento facilitou a ação de pessoas que fazem o mal e, depois, resta remediar a situação.
O prefeito afirmou que a cidade atuou com 9 equipes da Guarda Civil Municipal, mas a ausência de um suporte robusto da PM foi prejudicial. Ele opinou que o efetivo das forças de segurança na Baixada Santista declinou nas últimas décadas. Ainda, defendeu que o reforço no policiamento deve ocorrer antes da Operação Verão.
Pânico generalizado
Os assaltos em série começaram por volta das 17h deste domingo. Um vídeo mostra a situação na Praia do Itararé, quando várias pessoas saem correndo. Em desespero, algumas ainda tentam tampar o nariz e o rosto com roupas.
Além disso, uma câmera de dentro de um quiosque mostrou os funcionários “se escondendo” embaixo do balcão de atendimento. Vários banhistas também tentaram entrar no local para se abrigarem. A PM utilizou bombas de gás lacrimogênio para controlar a situação.
Nas imagens, é possível ver uma das mulheres com um facão na mão. Ela tenta se proteger no local enquanto outras pessoas usam roupas e até uma tampa de isopor para ventilar o ar e amenizar os efeitos causados pelo gás.
‘Princípio de tumulto’
Segundo apurado pela reportagem, a série de crimes começou por volta das 17h de domingo (12). Vários criminosos abordaram as vítimas, que curtiam o dia de sol e calor nas praias da cidade. Sob ameaças, eles roubaram celulares, bolsas, joias, entre outros bens.
Durante a confusão, acontecia a 4º Parada do Orgulho LGBT, na Praia do Itararé, onde também foram registrados furtos e roubos. A reportagem buscou informações sobre feridos e detidos, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem.
A Prefeitura de São Vicente, por meio da Secretaria de Defesa e Organização Social (Sedos), informou que “um princípio de tumulto” na faixa de areia da Praia do Itararé “teve rápida intervenção da Polícia Militar, com auxílio das viaturas da Guarda Civil Municipal (GCM)”.
A reportagem procurou o Governo do Estado de São Paulo e a Secretaria Estadual da Segurança Pública (SSP) sobre os comentários do prefeito e aguarda retorno.
Fonte: G1