A população de pombo-comum (Columba livia) no Porto de Santos, no litoral de São Paulo, caiu de 50 mil para 14 mil entre 2010 e 2024. O levantamento foi divulgado pela Autoridade Portuária de Santos (APS), que indicou a maior presença das aves em áreas de terminais graneleiros.
A primeira etapa da pesquisa foi realizada, entre dezembro e janeiro, pela Raiz – Consultoria Hídrica e Ambiental. O estudo buscou realizar a contagem das aves, avaliando as condições favoráveis para alimentação, pouso, abrigo e construção de ninho.
A primeira etapa do levantamento identificou cerca de 14 mil pombos na região, sendo que as áreas com maior índice de concentração ficam perto de terminais que operam grãos, como no Macuco (5.750), Ponta da Praia (3.195 pombos) e Outeirinhos (3.282).
Ainda de acordo com a APS, os terminais graneleiros servem de fonte de alimento para essas aves. Além disso, a presença de grãos em certos pontos da linha férrea também acaba atraindo os animais.
Medidas para controle de pombos
Os terminais portuários devem seguir uma série de regras para evitar o aumento do número de pombos. As não conformidades detectadas em campo foram comunicadas às empresas para que tomem as medidas corretivas.
A próxima fase da pesquisa está agendada para o começo do segundo semestre. O objetivo é mapear as áreas críticas, reavaliar as ações já implementadas e monitorar se as medidas adotadas estão realmente surtindo efeito.
Segundo a APS, o trabalho foi contratado pois os pombos são hospedeiros de diversos patógenos [ vírus, bactérias, fungos, protozoários e parasitas] que podem causar doenças. Além disso, os dejetos das aves podem entupir calhas, danificar instalações e contaminar mercadorias movimentadas.
A APS destacou, no entanto, que vem implementando medidas de controle de pombos, bem como realizando melhorias na operação em conjunto com os terminais.
Programa
Ainda segundo a APS, o trabalho está relacionado ao Programa de Monitoramento e Controle de Fauna Sinantrópica Nociva, condicionante da Licença Ambiental do Porto de Santos.
O programa visa controle e monitoramento de animais que interagem de forma negativa com a população humana, causando riscos à saúde pública e transtornos de ordem econômica ou ambiental.
Pesquisa
A primeira etapa da pesquisa foi concluída em 22 de janeiro. Um biólogo e um operador de drone da empresa percorreram, durante 11 dias, as áreas do Porto realizando o censo das aves e o diagnóstico das condições dos locais.
A área do porto foi dividida em 90 quadrantes, os quais foram percorridos para coleta de dados. Além dos drones, foram utilizadas câmeras fotográficas e binóculos para obter imagens, que contaram com a colaboração dos terminais.
Uma nova campanha será realizada no segundo semestre e, ao longo dos cinco anos do contrato, serão realizadas dez ações. Segundo a APS, a abordagem contínua possibilitará a implementação de medidas mitigatórias que auxiliarão na prevenção de doenças, contribuindo de maneira sustentável e eficiente para a preservação do ambiente portuário.
Fonte: G1