Ubatuba, no Litoral Norte de São Paulo, é declarada como a capital estadual do surfe e é mar de campeões no esporte, como Filipe Toledo, o Filipinho, que já se consagrou bicampeão mundial pela modalidade.
Nas mesmas ondas em que o campeão Filipinho já treinou, um menino, de apenas 12 anos, que tem paralisia cerebral, está conseguindo realizar o sonho de se aventurar no esporte.
Alaor e Sabrina Schulz são pais de Marquinhos Schulz e mudaram completamente de vida para conseguir ajudar o filho a realizar o sonho de surfar. Eles se mudaram de Pindamonhangaba, no interior de São Paulo, para Ubatuba, no litoral paulista.
“Ele passou por vários médicos e não víamos progresso. Então levamos ele em um fisiatra que falou que ele tinha que aproveitar mais a vida, que tínhamos que dar qualidade de vida para ele, que com isso o ganho de projeção motora poderia ser melhor”, lembra Alaor, pai de Marquinhos.
“O Marcos que se interessou pelo surfe. Ninguém de casa tinha experiência, nem era morador de Ubatuba. Ele começou a ter interesse pelo mar e começamos a ir na escolinha de surfe. O pessoal da escolinha abriu esse leque pra ele, porque eles não atendiam crianças com paralisia. Marquinhos foi o primeiro”, conta Alaor.
Por causa da condição de saúde do filho, que teve complicações no parto e não consegue movimentar os braços e as pernas, eles precisaram criar uma prancha de surfe adaptada, na qual o garoto pudesse ficar em segurança entre as ondas e com apoio para que ele tivesse um guia para conduzi-lo no mar.
Para construir a prancha de Marquinhos, a família contou com apoio de uma fábrica de cadeiras de roda e de uma fábrica de pranchas.
“Eu comecei no surfe por conta dele, pra ajudar ele. Foi o primeiro contato com o surfe. O Marquinhos está abrindo várias portas e a gente vê a felicidade dele. Como pai, a gente busca realizar o sonho do filho e o que tem de barreiras, a gente tira”, explica.
A experiência tem sido transformadora para a família, que vê uma evolução na saúde do filho, em busca da qualidade de vida, fora o sorriso que fica estampado no rosto do garoto sempre que entra no mar.
“O Marcos é uma criança que cativa pelo sorriso e mostra uma perspectiva de vida diferente. A gente quer levar isso para mais pessoas e inspirar elas, principalmente as que têm paralisia, para conhecerem o esporte”, ressalta a mãe.
No surfe adaptado, Marquinhos compete desde 2021, ano em que foi eleito embaixador do surfe adaptado em Jericoacoara-CE. Este ano, ele vai participar do circuito brasileiro de surfe adaptado em Cabedelo, na Paraíba, na categoria PC cadeirante com baixa mobilidade. Marquinhos vai abrir a categoria, que se tornará mundial.
Fonte: G1