Uma operação para coibir a pesca ilegal de camarão, durante o período de reprodução da espécie, resultou na aplicação de mais de R$ 36 mil em multas por crime ambiental. Em 10 dias de ações, foram abordados mais de 100 pescadores no litoral de São Paulo, incluindo Baixada Santista e Vale do Ribeira, e apreendidos cerca de 145 kg do crustáceo. Também foram recuperados 44 kg de lula e 35 kg de caranguejo, pescados de forma irregular.
As informações são da Polícia Militar Ambiental (PM Ambiental), que participa da Operação Decapoda do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), junto com Marinha do Brasil e a Fundação Florestal, com o apoio das polícias Federal e Civil.
Ao todo, foram atendidas 32 ocorrências de pesca ilegal, que resultaram na apreensão de duas redes de arrasto, quatro petrechos e de três embarcações. Também foram vistoriados cerca de 20 comércios de pescados, 25 veículos de transporte e realizadas 50 fiscalizações na costa e no mar da região.
Segundo a PM Ambiental, os camarões e as lulas foram divididos e doados para várias instituições beneficentes e para alguns Fundos Sociais de Solidariedade dos municípios do litoral paulista.
Os mais de 200 caranguejos foram localizados enroscados em armadilhas escondidas no manguezal em Cananéia, no interior de São Paulo. Todos foram devolvidos ao habitat natural. Mais de dez peixes da espécie bagre também foram resgatados de uma rede de pesca irregular e devolvidos ao mar em Peruíbe, no litoral paulista.
Além das fiscalizações em alto mar, também aconteceram ações em terra. Mais de 100 pescadores foram abordados, sendo 11 multas aplicadas por infração ambiental, somando mais de R$ 36 mil.
De acordo com a PM Ambiental, as fiscalizações acontecem para cumprir a legislação pesqueira. “O período de defeso [proibição da pesca] do camarão iniciou em primeiro de março e segue até 31 de maio, protegendo a espécie e preservando-a para a presente e às futuras gerações”, esclareceu, em nota.
Danos causados pela pesca ilegal
Em nota, o Ibama explica que a pesca ilegal de camarão acarreta “grandes danos ao ecossistema estuarino, destruindo áreas com vegetação submersa de gramíneas marinhas, que constituem o berçário de criação de peixes e invertebrados”.
O órgão acrescenta: “a irregularidade pode levar à morte grande quantidade de recursos pesqueiros juvenis, com prejuízo, inclusive, para os próprios pescadores, atingindo diretamente espécies de interesse como a corvina, tainha, peixe rei, siris, linguado e até espécies ameaçadas de extinção, como a miraguaia e os bagres”.
Fonte: G1