Em 15 dias, um total de 24 golfinhos mortos, da espécie Pontoporia blainvillei, mais conhecida como toninha, foram encontrados em praias de cidades da Baixada Santista, no litoral de São Paulo. O levantamento foi realizado pelo Instituto Gremar e o Instituto Biopesca. De acordo com os institutos, a toninha é o golfinho mais ameaçado de extinção do Brasil, e uma das menores espécies do animal no mundo, o que a deixa criticamente em perigo.
O Instituto Gremar recolheu 15 golfinhos mortos em trechos de praia de São Vicente, Guarujá e Bertioga. Nas praias de Praia Grande, Mongaguá e Itanhaém, monitoradas pelo Instituto Biopesca, foram nove golfinhos mortos.
Das 15 toninhas encontradas pelo Gremar, seis apresentavam interações evidentes com redes de pesca, sendo que sete eram filhotes ou juvenis e oito adultas, onde sete delas eram fêmeas e duas estavam prenhas. Já os animais encontrados pelo Instituto Biopesca estavam em avançado estado de decomposição, o que impossibilitou a identificação.
A toninha é uma das menores espécies de golfinho do mundo, ocorrendo apenas na América do Sul, entre o Espírito Santo, no Brasil, e o Golfo San Matias, na Argentina. Além disso, está criticamente em perigo, segundo a Lista Oficial das Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção, sendo considerada a mais ameaçada do Brasil entre os golfinhos.
Causas
O Gremar explicou que, além da captura acidental em redes de pesca, a primavera é a estação do ano marcada pelo nascimento de filhotes das toninhas. Nesse período, os jovens golfinhos ainda são vulneráveis, o que pode acarretar em maior número de encalhes.
O Instituto acrescenta, ainda, que a poluição das águas e a pesca excessiva reduzem a disponibilidade de alimento, o que afeta a sobrevivência dos golfinhos. Além disso, a poluição sonora causada pela atividade portuária compromete o sistema comunicativo do animal, o que os leva para áreas de risco.
Fonte: G1