Dezenas de peixes mortos apareceram na faixa de areia da Praia do Guaiúba, em Guarujá, no litoral de São Paulo, nesta quarta-feira (26). A suspeita de especialistas que acompanharam a prefeitura ao local é de que os animais foram descartados após serem capturados em pesca de arrasto.
Imagens mostram a quantidade de peixes mortos que apareceram na região. Em nota, a Prefeitura de Guarujá informa que, na tarde desta quarta-feira, uma equipe da Secretaria Municipal de Meio Ambiente esteve na praia, junto a profissionais de biologia marinha e engenharia ambiental, para apurar o que teria provocado a aparição dos peixes.
Segundo a administração, as evidências não apontaram vestígios de contaminação ambiental. Entretanto, também foi identificada a presença de mariscos, crustáceos e moluscos mortos, indicando que pode se tratar de descarte de rede de arrasto.
Conforme explica o município, é uma prática dos pescadores descartar peixes sem valor comercial após a captura e seleção dos exemplares, ainda em alto mar. Quando isso acontece, a maré acaba levando os animais marinhos para a faixa de areia. A prática é fiscalizada pela Polícia Militar Ambiental.
O biólogo do Projeto Elasmocategorias e integrante do Laboratório de Ictiologia e Conservação de Peixes Neotropicais (Unesp), Paulo Santos, explicou que não tem como afirmar qual foi a categoria de pesca que ocasionou isso, e que a situação precisa ser investigada pelos órgãos competentes. “Todas as artes de pesca fazem descartes, não necessariamente por um motivo ruim, e sem a investigação do ocorrido, é difícil definir isso”, afirma.
De acordo com o biólogo, quando se fala em descartes pesqueiros, eles podem ocasionar, para algumas espécies, o declínio populacional delas. “Porque, mesmo elas não sendo aproveitadas pela pesca, estão tendo alto grau de mortalidade não natural. Nesse caso, sendo capturadas e depois descartadas. Para isso, é necessário ter monitoramento. O descarte em grande quantidade sempre deve ser algo evitado, e existem estudos e tecnologias sendo desenvolvidos para reduzir essa intensidade”, afirma.
Fonte: G1