Foi encontrado na manhã deste sábado (9) o corpo da pequena Yasmin, de 8 anos, vítima de um deslizamento de terra que atingiu sete casas na comunidade caiçara da Ponta Negra, em Paraty (RJ).
A informação foi confirmada pelo Corpo de Bombeiros e pela prefeitura de Paraty.
O corpo foi localizado após oito dias de buscas. Equipes do Corpo de Bombeiros, da Defesa Civil e membros da comunidade estiveram mobilizados para localizar a menina, que era a última desaparecida na Ponta Negra.
O corpo foi levado para o Instituto Médico Legal de Angra dos Reis ainda durante a manhã.
Yasmin, conhecida na comunidade como “Dudu”, a mãe, Lucimar de Jesus Campo e outros cinco irmãos foram soterrados durante um temporal que atingiu Paraty e Angra dos Reis no último fim de semana.
“Era uma criança meiga, carinhosa, super curiosa e muito amorosa. Ela amava crochê. Ficava de olho em cada ponto que eu ensinava para as tias e para a mãe. Ficava horas perguntando sobre crochê. Adorava pegar carambola do pé e ficar brincando com a minha filha”, lembrou Yasmin Puchalski, vizinha e amiga da família.
Um outro filho de Lucimar, Dorqueu, de 12 anos, foi resgatado com vida do deslizamento e continua internado no Hospital de Saracuruna, em Duque de Caxias (RJ), desde domingo (3). Ele respira com ajuda de aparelhos e o quadro clínico segue gravíssimo.
Ao todo, 18 pessoas morreram por conta da tragédia na Costa Verde:
Em Paraty:
- Lucimar de Jesus Campo, de 35 anos
- João, de 2 anos
- Estevão, de 6 anos
- Yasmin, de 8 anos
- Jasmin, de 10 anos
- Luciano, de 15 anos
- Lucimara, de 17 anos
Em Angra dos Reis
- Samuel Cardoso dos Santos, de 3 anos
- Rafael Cardoso de Carvalho, de 11 anos
- Francisca de Sena Cardoso, de 46 anos
- Laura, de 7 anos
- Rebeca, de 9 anos
- Miguel Bernardo Magalhães Lopes, de 11 anos
- Rodrigo Teotonio, de 31 anos
- Antônio Cândido Cardoso, de 68 anos
- Maria Gesilia de Sena Cardoso, de 70 anos
- Ieda Nunes, de 44 anos
- Sara Conceição dos Santos, de 34 anos
Neste sábado, uma missa foi celebrada em memória de Lucimar, dos seis filhos e das demais vítimas da tragédia no litoral. A celebração aconteceu na Igreja Sagrado Coração de Jesus, no bairro Monsuaba, um dos mais atingidos pelas fortes chuvas.
Pai e filhos estão desaparecidos na Ilha Grande
Arlindo Azevedo Neto, de 80 anos, e os filhos, Yure, de 30 e poucos anos, e Erick de Azevedo, de quase 40 anos, viviam em uma casa que foi engolida pelo deslizamento na Praia de Itaguaçu, na Ilha Grande e continuam desaparecidos.
Com auxílio de cães farejadores, aeronaves, drones, retroescavadeiras e embarcações, o corpo de Bombeiros segue neste sábado (9) com o trabalho de buscas, revirando toneladas de pedras e lama que desceram morro abaixo.
Arlindo e os filhos alugavam casas e quartos para turistas em busca de tranquilidade na Ilha Grande — a praia é isolada e conhecida por ter pouco movimento e o mar calmo.
Fonte: G1