Caso a remoção de moradores de áreas de risco da Vila Sahy, em São Sebastião (SP), seja aprovada aprovada pela Justiça, o Governo de SP pretende reurbanizar o bairro, que ficou devastado depois das chuvas históricas que atingiram a cidade em fevereiro deste ano.
A remoção dos morador e demolição de imóveis é um pedido da Procuradoria-Geral do Estado (PGE), que defende que a medida é necessária para garantir a vida das pessoas da região. A decisão judicial do caso deve sair durante essa semana.
Em meio a isso, a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) de SP apresentou um projeto de reurbanização da vila. O projeto poderá ser colocado em prática caso as casas sejam demolidas e as famílias sejam retiradas do local.
Uma reunião na última quinta-feira (7) entre representantes do governo e lideranças do bairro mostrou estudos geológicos, hidrológicos e de análise de solo que apontam riscos de novos deslizamentos de terra.
O projeto que ilustra uma nova vila também foi apresentado e prevê a construção de oito terrenos, com 257 moradias no entorno da porção do bairro que vai permanecer.
Além disso, o plano também pretende construir espaço para comércio e de um parque para prática de diversas atividades.
De acordo com o governo, o cronograma estima que essas obras sejam finalizadas em 2025.
Pedido de remoção na Justiça
Para que o projeto possa ser levado à frente, a Justiça precisa aceitar o pedido da PGE para demolição de 893 imóveis da Vila Sahy, cerca de 70% do bairro.
No documento, a procuradoria pede a remoção mesmo que contra a vontade das famílias que moram nas consideradas áreas de risco.
Segundo o Estado, a remoção de casas e das famílias é essencial pelo risco de novos acidentes e pela necessidade de mais espaço para obras de contenção previstas na vila.
Caso a Justiça acate o pedido, o governo estadual prevê a retirada das famílias de forma escalonada a partir do começo de 2024.
Tragédia
Tudo começou depois das chuvas históricas que atingiram o Litoral Norte de SP no final de semana do carnaval, em fevereiro deste ano. A tragédia provocou a morte de 64 pessoas no município, que sofreu com deslizamentos de terra.
Além das vítimas fatais, dezenas ficaram feridas e mais de mil desabrigadas ou desalojadas. Rodovias foram bloqueadas e casas ficaram destruídas após o temporal, que causou os deslizamentos de terra.
As chuvas começaram em um sábado (dia 18). Durante a noite, ela já era muito forte e não parou mais. Por conta disso, a maioria dos estragos começou já na madrugada de domingo (19).
Fonte: G1