Corpo de Bombeiros do RJ estende buscas por bimotor que caiu na região de Ubatuba

O Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro vai estender por mais sete dias as buscas pelo copiloto José Porfírio de Brito Júnior, de 20 anos, e pelo empresário Sérgio Alves, de 45. Eles estão desaparecidos desde que o bimotor em que estavam caiu no mar no dia 24 de novembro.

A informação foi confirmada nesta quinta-feira (9) pela assessoria de imprensa da instituição.

As operações deveriam ser encerradas também nesta quinta, após 15 dias de trabalho na região da Costa Verde do estado, mas após apelo da mãe do copiloto, Ana Regina Agostinho, e da namorada dele, Thalya Viana, autoridades intercederam junto à corporação e conseguiram mais prazo para a procura.

Homens do Corpo de Bombeiros do estado vão ficar mais sete dias em Paraty (Foto: Reprodução/Redes sociais)

A principal alegação dos familiares é que nos dois últimos dias não foi possível realizar as buscas por causa do mau tempo na região.

“Está chovendo muito aqui, o mar está muito mexido. Na terça-feira, os bombeiros tiveram que parar a operação”, contou Thalya em um post no Instagram antes de pedir ajuda.

Uma das autoridades que ajudaram foi o deputado André Ceciliano, que deixou recado na página de Thalya.

Post de Thalya em que o deputado André Ceciliano se manifestou — Foto: Reprodução
Post de Thalya em que o deputado André Ceciliano se manifestou (Foto: Reprodução)

Ajuda do Distrito Federal

Os bombeiros do Rio de Janeiro também ganharam ajuda de uma equipe enviada pela Defesa Civil do Distrito Federal.

São quatro mergulhadores, uma aeronave e um Side Scan Sonar — que faz a detecção de objetos na água com varredura lateral — para ajudarem nas buscas, mas com o tempo ruim e o mar mexido, pouco pôde ser feito.

“Os bombeiros mergulharam, mas não tinha visibilidade, o aparelho de Brasília (o Side Scan), não conseguimos usar direito por conta dessas condições adversas do tempo”, contou Thalya.

Thalya e José Porfírio: família tenta localizá-lo — Foto: Reprodução
Thalya e José Porfírio: família tenta localizá-lo (Foto: Reprodução)

Asa da aeronave foi encontrada pela Marinha

Ana Regina Agostinho, mãe do copiloto José Porfírio de Brito Júnior, disse que parte da asa que seria do bimotor foi localizada na segunda-feira (6) pela Marinha. O objeto, encontrado entre Ubatuba e Ilhabela, foi retirado do mar pela instituição e encaminhado para a Delegacia de São Sebastião, em São Paulo, que está investigando o acidente.

Depois, a asa será encaminhada ao Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), que também investiga o caso.

A reportagem entrou em contato com a Marinha do Brasil, que por meio de nota, confirmou a informação.

“A Marinha do Brasil, por meio do Comando do 1º Distrito Naval, informa que, nesta segunda-feira (6), a embarcação “Isabela II”, que navegava em área próxima a do acidente ocorrido com a aeronave prefixo PP-WRS, avistou um material, na superfície do mar, entre a Ilha de Búzios e a Ilha da Vitória, ao Norte da Ilha de São Sebastião (Ilhabela), que supostamente seria parte da asa da aeronave desaparecida.

A equipe de Busca e Salvamento (SAR) da Delegacia da Capitania dos Portos de São Sebastião foi acionada para a região, a fim de verificar a informação. Ao chegar ao local, recolheu e transportou o material para a organização militar com o intuito de disponibilizá-la ao Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), órgão responsável pela investigação, conforme prescrevem os procedimentos inerentes à investigação de acidentes aeronáuticos, para perícia.”

A segunda-feira (6) marcou também o primeiro dia de buscas com a equipe enviada pela Defesa Civil do Distrito Federal para a região da Costa Verde do Rio de Janeiro, onde as buscas pelo avião se concentram.

São quatro mergulhadores, uma aeronave e um Side Sacan Sonar — que faz a detecção de objetos na água com varredura lateral — para ajudarem nas buscas do bimotor, que desapareceu no mar entre Ubatuba, em São Paulo, e Paraty no dia 24 de novembro.

“Estou confiante porque o operador do equipamento falou comigo que trabalha em acidentes com 1% de chances de se achar sobreviventes”, disse Ana Regina sobre o reforço nas buscas.

Rede localizou objeto no mar

Ana Regina também contou que, no fim de semana, um pescador da região disse ter prendido sua rede de arreste em um objeto no fundo do mar. Como o mar estava muito mexido no fim de semana, não foi possível fazer esse averiguação.

“As equipes dos bombeiros e da Defesa Civil do Distrito Federal estão no mar desde às 6h desta segunda-feira. Estou com muita esperança que achem algo. Precisamos achar o avião para que se certifiquem que não há vítimas lá dentro e, caso não hajam, intensificar as buscas nas ilhas da região”, disse Ana.

Após dez dias de operação, a Força Aérea Brasileira (FAB) informou no fim da tarde do sábado (4) que suspendeu as buscas aéreas pelo bimotor desaparecido. O corpo do piloto foi encontrado, mas os outros dois ocupantes e o avião não foram localizados.

Em nota, a FAB ressaltou “que a operação de Busca e Salvamento pela Aeronáutica poderá ser reativada se justificada por meio do surgimento de novos indícios sobre a aeronave ou seus ocupantes”.

Avião bimotor caiu no mar entre Ubatuba e Paraty na noite de 24 de novembro — Foto: Reprodução / TV Globo
Avião bimotor caiu no mar entre Ubatuba e Paraty na noite de 24 de novembro (Foto: Reprodução / TV Globo)

A Marinha, por meio de nota, também informou que as operações na parte marítima agora entram em uma segunda fase, que seria de “colaboração/oportunidade”. Nesta fase, são emitidos avisos-rádio para todas as embarcações e aeronaves, civis e militares, que trafegam e sobrevoam a região. Caso seja localizado algo, eles entram em ação para verificar.

Segundo a Marinha, o navio hidroceanográfico Faroleiro “Graça Aranha”, que realiza uma operação de levantamento hidrográfico em região coincidente com a área de busca, permanecerá fazendo a “varredura sonar do leito submarino, buscando, simultaneamente, detectar indícios da aeronave”.

Os bombeiros seguem com as buscas pelo mar. A corporação do Rio de Janeiro informou que segue empenhada no trabalho e conta com apoio de equipes do Distrito Federal nesta segunda.

“As equipes fazem uma varredura no fundo do mar com o uso de uma sonda Side Scan. As ações de resgate também contam com mergulhadores, motos aquáticas, botes e helicópteros”, informou em nota.

A reportagem procurou o Grupamento de Bombeiros Marítimo de São Paulo, que informou que também suspendeu as buscas.

Família faz apelo por buscas

Pelas redes sociais, Tatiana Fogaça se disse revoltada com a suspensão das buscas por parte da FAB. Tatiana é esposa de Sérgio Alves Dias Filho, empresário que fretou a aeronave e está desaparecido. A mulher do empresário fez um apelo para que os trabalhos continuem.

“Queria pedir, por favor, que todos que tenham influência, poder e capacidade de persuasão nos ajude a pedir, a implorar, a interceder para que a Aeronáutica e a Marinha estendam as buscas e utilizem todos os recursos que elas dispõem de fato nessas buscas. Enquanto família, enquanto cidadão brasileiro, a minha sensação é de que meu direito de me despedir está sendo negado”, disse.

Tatiana reclama que somente os bombeiros têm se empenhado nas buscas, enquanto a FAB e Marinha estariam, segundo ela, sendo negligentes.

“Sigo perplexa e com a incapacidade de compreender como que está articulação não está acontecendo por parte do governo federal”, afirmou.

Buscas por desaparecidos em queda de bimotor entre Ubatuba e Paraty  — Foto: Reprodução
Buscas por desaparecidos em queda de bimotor entre Ubatuba e Paraty (Foto: Reprodução)

Objeto encontrado

Na última quinta-feira (2), oitavo dia de buscas, a Marinha informou que a embarcação de casco semi-rígido “Tarpon” localizou e recolheu um objeto tipo nécessaire com pertences supostamente relacionados a um dos tripulantes desaparecidos.

O objeto está sob a guarda da instituição e será periciado pelo Cenipa, órgão responsável pela investigação, conforme determinam os procedimentos inerentes à investigação de acidentes aeronáuticos. Segundo a nota da Marinha, ao término do procedimento administrativo, o objeto ficará à disposição dos familiares.

Fonte: G1

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