A primavera chega neste domingo (22), às 9h44, e vai até dia 21 de dezembro, às 6h21. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a estação deve apresentar clima seco e aumento de chuvas em comparação com o inverno.
A reportagem conversou com o especialista em Climatologia e Agrometeorologia Rodolfo Bonafim, que explicou como será a nova estação nas cidades da Baixada Santista. Segundo ele, a primavera marca a transição entre o inverno e o verão e, por isso, traz modificações na atmosfera.
“A atmosfera aumenta e com isso o regime de ventos se altera, então a gente realmente pode ter episódios de rajadas de vento fortes e algumas pancadas [de chuva] fortes também”, disse Bonafim.
Em relação ao clima durante a primavera, Bonafim explica que, apesar da previsão de clima seco dada pelo Inmet para todo o Brasil, a Baixada Santista não será tão afetada por ele, já que a tendência é de que o final do mês de setembro termine com um clima úmido.
“A gente deve ter ainda mais uma frente fria passando aqui no final de setembro. Essa coisa de ar seco, de calor, está mais restrita ao interior. Mesmo assim, primavera é uma estação que traz chuva e traz vento”.
Segundo o Inmet, apesar de uma chuva acima da média, a qualidade e o volume dependerão da umidade vinda da Amazônia. Durante o mês de outubro, de acordo com Instituto Climatempo, a chuva deve acontecer principalmente em forma de pancadas, que tendem a ficar mais regulares no decorrer da segunda quinzena do mês.
Temperaturas
De acordo com ele, a partir de outubro a temperatura irá subir, mas deve ficar amena até novembro. A temperatura mínima e a temperatura máxima vai ser maior do que no inverno, diz ele.
“Deve começar a esquentar um pouquinho mais lá para começo de dezembro. Lógico, haverá alguns dias com pico de calor, mas não de calor continuado. Não deveremos ter a onda de calor que nós tivemos em novembro do ano passado”.
La Ninã
O fenômeno climático La Ninã, que ocorre quando há o resfriamento da faixa Equatorial Central e Centro-Leste do Oceano Pacífico, irá impactar a estação de forma fraca, mas aliviando as altas temperaturas.
Segundo o climatologista, por conta dele, haverá frentes frias marítimas, que vêm pelo mar e trazem chuva constante para a Baixada.
“A temperatura da água do Oceano Atlântico aqui no nosso litoral vai estar mais alta. Com a temperatura mais alta do Oceano Atlântico vai ocorrer mais evaporação e junto com essa La Ninã fraca vai impulsionar a chuva. Aqui na nossa região a primavera costuma ser chuvosa e esse ano deve ser um pouquinho mais”.
E a neblina?
Em relação a neblina que está “sumindo” com a região e causando prejuízos ao Porto de Santos, Bonafim explicou que agora a tendência é que o problema seja menos recorrente já que os principais fatores para que ela esteja afetando a região são as mudanças climáticas e os casos de incêndios em todo o Brasil e, principalmente, no interior de São Paulo.
Agora, com a volta da chuva, os incêndios florestais e a seca devem diminuir, reduzindo o nevoeiro da região. “Com a regularização da chuva, a tendência é que esse calor não empurre mais a umidade para cá [Baixada Santista]. A gente tenha uma frequência bem menor de nevoeiros, mas isso não quer dizer que um dia ou outro não possa acontecer ainda”.
Fonte: G1