Depois de já ter sido considerado o “animal mais feio do mundo”, o blobfish (Psychrolutes marcidus), ou peixe-bolha, agora conquistou um título glorioso: o de “Peixe do Ano” na Nova Zelândia. O curioso prêmio, divulgado hoje, foi decidido por uma competição anual organizada pela Mountains to Sea Conservation Trust, que tem como objetivo destacar as espécies locais e promover a conscientização ambiental.
Com aparência gelatinosa e expressão tristonha, ele vive nas costas da Nova Zelândia e da Austrália. Sem bexiga natatória, esqueleto completo, músculos ou escamas, sua massa corpórea é composta por um tecido com densidade menor do que a da água, o que lhe permite flutuar acima do fundo do mar.
Conhecido por sua baixa velocidade, ao ser retirado do mar ele sofre uma descompressão repentina na água, ganhando a aparência ‘famosa’ de bolha gelatinosa.
O blobfish tem uma expectativa de vida que pode chegar até 130 anos (!) e também chama a atenção por seu comportamento parental, com as fêmeas colocando até 100.000 ovos em um único ninho, que são cuidadosamente protegidos até eclodirem.
O animal ganhou fama mundial há mais de uma década, quando uma foto tirada por um pesquisador da Nova Zelândia o tornou viral, conquistando a internet e se tornando um ícone da ‘cultura dos memes’.
Apesar de sua popularidade, ele enfrenta sérios desafios de conservação, já que a pesca de arrasto profundo, principalmente na captura de outra espécie, o peixe orange roughy, ameaça seu habitat e suas populações. Isso faz com que o animal seja considerado vulnerável, embora ainda se saiba pouco sobre sua real situação no meio ambiente.
O blobfish venceu o concurso com 1.286 votos, superando o orange roughy (também conhecido como “peixe-relógio” ou “olho-de-vidro) por uma diferença de apenas 300 votos. A competição de “Peixe do Ano” já se tornou um evento popular, com 5.583 votos registrados em 2025, um número recorde em relação aos 1.021 votos do ano anterior.
Como tudo na vida é conectado, a vitória do blobfish foi celebrada como uma vitória também para o orange roughy e para a proteção das espécies marinhas em geral. “Do ponto de vista do ecossistema, uma vitória para o blobfish é uma vitória para o orange roughy”, disse Aaron Packard, da Environmental Law Initiative.
Além do blobfish, outros concorrentes de peso participaram, como a enguia de longas barbatanas, o peixe-pipa pigmeu e várias espécies de tubarões e raias, todas ameaçadas de extinção. A ideia é que, com a eleição, a Nova Zelândia reforce seu compromisso em proteger suas espécies marinhas nativas, muitas das quais em risco.
Fonte: Um Só Planeta