A estrutura de proteção dos destroços de um navio, encalhado na praia do Embaré, em Santos, no litoral de São Paulo, começou ser melhorada nesta quinta-feira (4). Ocasionalmente, quando há a baixa da maré, a extensão da embarcação volta a aparecer pela faixa de areia próxima ao Canal 5. O cercamento é feito por barras de ferro e cabos de inox.
A estrutura é composta de pedaços de madeira e metal com cerca de 80 metros de comprimento e, ao ficar exposta, atrai a atenção de quem passa pelo local. Com isso, fez-se necessário o isolamento da área, para a proteção dos banhistas. Toda a área terá aproximadamente 22 metros de largura e 72 metros de comprimento, e cada uma das 24 barras, tem com 3,50 metros.
Serão utilizados 24 barras de ferro, interligadas a cabos, que ficarão fixadas em uma base de concreto, substituindo as anteriores, que estavam desgastada devido à ação do tempo e maresia. De acordo com a Prefeitura de Santos, boias de sinalização também ficarão fixadas nos cabos, que se movimentarão, acompanhando a altura da maré.
Em formato piramidal, a base de concreto dispõe, na parte inferior, de quatro peças em aço inox, semelhantes a uma âncora, para melhor fixação na areia. A base de concreto é revestida com epóxi, ampliando a vida útil da peça.
A substituição das peças antigas pelas novas serão feitas por uma equipe da prefeitura, com o apoio de um caminhão munk, e serão interrompidos a cada subida de maré, para evitar acidentes com banhistas e esportistas.
O monitoramento do local é realizado pela administração municipal desde 2017, quando foram feitos os primeiros registros dos destroços da embarcação. Outras aparições foram registradas em julho de 2018, agosto de 2019, e julho de 2020. Após os primeiros registros, uma equipe de geólogos foi acionada para tentar identificar a embarcação. À época, pesquisadores suspeitavam que o material se tratava dos restos do veleiro Krestel, que afundou na mesma região em 1895.
Veleiro
De acordo com uma publicação da época, o encalhe do Krestel ocorreu pela ausência de um capitão a bordo. Uma ventania levou a embarcação à praia e um rebocador que navegava pela barra da cidade ainda tentou fazer o resgate, sem sucesso.
Além disso, um objeto de metal de seis metros de comprimento foi encontrado dentro da embarcação, após sondagem da área com sonar. O grupo de pesquisas chegou a acreditar que poderia ser uma caldeira ou até um canhão, mas as hipóteses foram descartadas.
As imagens mostraram, ainda, que a proa do navio (parte frontal) está na direção de São Vicente e que a popa (parte traseira) está próxima ao Canal 5, mas que não encosta ou passa por baixo da estrutura, construída em 1927.
Recreio
A cerca de mil metros dali, na orla da Ponta da Praia, estão os restos do navio Recreio, que encalhou na faixa de areia, durante uma tempestade, em 26 de fevereiro de 1971. A embarcação ficava fundeada na Praia do Góes, em Guarujá, e se soltou das amarras enquanto ocorria o temporal na Barra de Santos. Sempre que a maré baixa, os destroços do casco do navio, que nunca foram retirados por completo, são revelados.
Fonte: G1