O lobo-marinho que apareceu na Praia de Ipanema, na Zona Sul do Rio, segue “turistando” nesta quinta-feira. O mamífero aquático virou sensação e tem atraído curiosos para as areias, na altura do posto 10, Jardim de Alah. Joaquim, como foi batizado pelos profissionais que fazem seu monitoramento, já ganhou até apelido dada a recente fama. Joca segue encantando os visitantes, inclusive com mergulhos, e já é considerado “Garoto de Ipanema”, uma referência à clássica música de Tom Jobim.
O animal é natural da Antártica e seu presença no Rio de Janeiro nesta época do ano é rara, dada o calorão por aqui, já nos últimos dias de primavera. Joca, um macho jovem, passa boa parte do tempo deitado na areia, alternando com refrescos na água.
Garoto de Ipanema ❤️ pic.twitter.com/YxeRX0rpsW
— iti malias (@itimaliasof) December 19, 2024
Joca segue na área isolada com fita, medida de cuidado para manter as pessoas longe dele. Por se tratar de um animal selvagem, os especialistas destacam que não se deve se aproximar, tocar ou alimentá-lo. Os profissionais avaliaram as condições de saúde do lobo-marinho. Por estar bem, ele segue na praia — afinal, é seu habitat natural — e retoma sua viagem quando desejar.
Desde ontem, dia em que Joca apareceu nas areias, as pessoas o visitam na Praia de Ipanema para tirar fotos, fazer vídeos e acompanhar seus movimentos.
“Simplesmente um lobo-marinho na praia de Ipanema dando uma de carioca pegando jacaré”, escreveu uma pessoa na rede social X sobre um dos mergulhos de Joca.
“O lobo-marinho que tá em Ipanema todo relaxado no mar kkkkkk que gracinha”, escreveu outra.
“Ele sabe que é o mais novo garoto de Ipanema”, comentou outro em um vídeo que mostra Joca acordado nas areias.
Um passeio natural
Segundo o biólogo marinho Marcelo Szpilman, que idealizou o AquaRio, o animal pode ter saído para pescar e se perdido em uma corrente fria que vem do Sul para o Norte.
— A primeira coisa que podemos notar pelas imagens é que se trata de um macho jovem, deve ter 1 ou 2 anos mais ou menos. É normal que os animais jovens saiam para pescar. Por alguma razão, ele deve ter se perdido do grupo e acabou vindo em uma corrente mais fria, o que deve ter feito ele aparecer na praia. Um animal desse tamanho é capaz de ir voltando aos poucos, mas ele é selvagem, tem dentes e pode ser considerado agressivo, então, o ideal é realmente ser mantido distante — explica o biólogo.
Já para o biólogo Izar Aximoff, especialista em fauna urbana, o que surpreende é a época do ano em que o lobo-marinho apareceu.
— A costa do Rio é um local de parada, descanso e de visita. Normalmente, eles aparecem mais no meio do ano, quando estamos no inverno e há mais correntes de água fria trazendo esses animais. Podemos ter, por exemplo, a chegada de alguma frente fria, alguma massa polar que está trazendo chuvas, e ele pode ter vindo em alguma corrente dessas.
Fonte: Extra