FAB encerra buscas de avião que caiu no mar na região de Ubatuba e parentes de desaparecidos lamentam

A Força Aérea Brasileira (FAB) informou neste domingo que estão suspensas as buscas pelo bimotor que caiu no mar em 24 de novembro, na área entre as cidades de Ubatuba (SP) e Paraty (RJ). Dos três ocupantes da aeronave, um teve o corpo resgatado e dois permanecem desaparecidos.

O avião sofreu o acidente após sair de Campinas, em São Paulo, em direção ao Rio de Janeiro. Estavam a bordo o piloto Gustavo Calçado Carneiro, de 27 anos — cujo corpo foi encontrado um dia após o acidente —, o copiloto copiloto José Porfírio de Brito Júnior, de 20 anos, e o empresário Sérgio Alves, de 45.

José Porfírio de Brito Júnior e Sérgio Alves (foto: Reprodução)

Em nota, a FAB justificou que ao longo de dez dias de operação cobriu completamente toda a área referente ao provável local da queda, considerando-se as possibilidades de deslocamento em mar aberto. A aeronáutica também disse que seguiu os padrões internacionais e realizou ações em condições meteorológicas que, embora instáveis, não comprometeram as missões na parte aérea.

“A FAB se solidariza com as famílias dos ocupantes da aeronave acidentada e ressalta que a operação de Busca e Salvamento pela Aeronáutica poderá ser reativada se justificada por meio do surgimento de novos indícios sobre a aeronave ou seus ocupantes”, diz o comunicado.

Os familiares de Porfírio Júnior e Alves foram comunicados do encerramento das buscas na noite deste sábado. Neste domingo, os parentes usaram as redes sociais para lamentar e cobrar a continuidade dos trabalhos.

“Essa notícia me dói profundamente. É revoltante. Como acreditar, e explicar aos meus filhos, que os órgãos que deveriam nos ajudar estão desistindo de encontrar o pai deles? É angustiante não ter informações, não conseguir achar respostas para tudo o que ocorreu. O que me resta é conseguir fechar esse ciclo e sinto que também estão me tirando este direito”, escreveu a designer Tatiana Fogaça, mulher de Alves.

Neste domingo, a família de Porfírio Júnior anunciou nas redes sociais que fará buscas com a ajuda de barqueiros e pesqueiros. Cerca de 20 voluntários decidiram vasculhar a região com redes de arrasto, na tentativa de encontrar vestígios ou sobreviventes do acidente.

A informação foi compartilhada nas redes sociais pela namorada de Porfírio Júnior, a universitária Thalya Ares Viana, de 20 anos. A colaboração dos barqueiros e pesqueiros começou neste sábado.

“Conseguimos montar um grupo para eles nos ajudarem. Ontem mesmo consegui juntar em torno de 20 da região”, diz a mensagem. “Se tivermos coordenadas importantes também enviaremos a eles. E de pouquinho vamos indo. A união faz a força! Alguns possuem cabo de aço também e caso tenha algo leve, podemos içar”, acrescenta o texto.

O primeiro dia de buscas com a ajuda dos voluntários não obteve sucesso. O trabalho estava previsto para continuar neste domingo. De acordo com a postagem, o mar está agitado e tem dificultado a localização das partes do avião.

“Hoje não encontramos nada passando a rede de arrasto, mas amanhã passaremos de novo e vamos rezar para que agarre o avião”, diz a mensagem.

O avião, modelo PA-34-220T, pertencia a Porfírio Júnior. A aeronave não poderia fazer táxi aéreo, mas tinha autorização para fazer voos noturnos privados. A vistoria estava em dia. O bimotor foi fabricado em 1981. Seu Certificado de Verificação de Aeronavegabilidade (CVA) venceria em 6 de agosto de 2022. 

Fonte: G1

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