Temporais no litoral com chuva intensa, ventania e raios podem ocorrer em qualquer época do ano. Mas a combinação de férias, ano novo, calor e sol forte elevam o nível de risco de problemas causados por raios nas áreas litorâneas. Tradicionalmente janeiro é o mês onde mais pessoas ficam de férias e um dos grandes motivos para isto é a coincidência com o recesso escolar.
Calor e nuvens de temporal
Dias quentes e úmidos são os ideais para a formação das nuvens do tipo cumulonimbus (abreviadamente chamada de “Cb”), que são as nuvens que geram os raios, muitas vezes com chuva intensa e ventania.
O verão é a estação em que estas nuvens se formam em maior quantidade porque é nesta época que temos o ar mais quente e úmido, na maior parte do Brasil.
As nuvens cumulonimbus podem se formar mesmo sem ter uma frente fria por perto. O calor e a umidade do ar elevada são os principais ingredientes para a formação destas nuvens.
Tem mais Cb no litoral do Sul e do Sudeste
As nuvens cumulonimbus (Cb) aparecem mais nas praias do Sul e do Sudeste por vários motivos:
– proximidade com montanhas
as montanhas ajudam a formar nuvens;
– maior incidência de frentes frias
muitas frentes frias que chegam ao Brasil avançam por toda a costa da Região Sul e chegam pelo menos até a altura da cidade do Rio De Janeiro; somente as frentes frias fortes conseguem chegar ao litoral da Bahia ou a outras áreas da costa leste do Nordeste;
– contraste térmico
as praias do Sul e do Sudeste sentem mais o impacto do ar frio polar que vem com as frentes frias com o ar quente que já está sobre um lugar; o choque térmico facilita a formação das nuvens Cb;
– área de baixa pressão
é mais comum a formação ou passagem de centros de baixa pressão atmosférica próximos do litoral do Sul e do Sudeste do Brasil do que do Nordeste ou do Norte; a baixa pressão facilita a formação das nuvens Cb;
No litoral do Sul e do Sudeste, as nuvens Cb podem vir do mar para praia ou do interior do continente para a praia. Na costa leste do Nordeste, a incidência de raios é menor, pois há menor formação de cumulonimbus, menos frentes frias e menor proximidade com montanhas.
Como perceber a chegada do temporal?
Olhando para as nuvens é possível perceber sinais de mudança tempo, da chegada de um temporal. Em geral, antes de a chuva chegar sobre algum lugar, aumenta a quantidade de outras nuvens que nem sempre são de chuva e tiram o espaço do sol. Rajadas de vento também podem anteceder um temporal. O trovão vem antes da chuva!
A chance de alguém ser atingindo diretamente por um raio é baixa, em média menor do que 1 em 1 milhão.
Os efeitos indiretos dos raios são os grandes causadores de vítimas fatais ou de graves sequelas. Um dos efeitos indiretos mais comuns é a parada cardíaca e respiratória.
Nuvens no horizonte
Mas estando na praia temos um grande aliado: o horizonte. É possível ver de longe se há nuvens carregadas vindo do mar ou se estão se formando sobre as áreas serranas e ameaçam avançar para a praia.
Uma vez avistada uma nuvem carregada, escura, que se movimenta do mar para praia ou está vindo da serra, não espere a chuva chegar na praia! Saia do mar e da areia o quanto antes e procure abrigo em lugares seguros.
Imagem – dicas de como se proteger do temporal na praia
Para onde ir na hora do temporal na praia?
O seu carro, a sua casa na beira da praia, uma loja são lugares seguros para se proteger dos raios. Dentro do carro, feche os vidros e não toque nas partes metálicas.
Não fique debaixo do guarda-sol, do quiosque ou das árvores na areia e nem no calçadão da praia. Esses lugares são mais atrativos para os raios por causa do chamado “efeito de ponta”.
O raio tende a procurar o lugar mais próximo para descarregar. Quanto mais alto, mais longe do chão estiver um objeto, maior é a chance de atrair a descarga elétrica atmosférica.
Se você estiver em pé na areia, longe de árvores e do quiosque, você será o “objeto mais alto”, mais próximo do raio. Você será o ponto “mais fácil” para o raio tocar a terra. Por isso, se não der para sair da praia, fique agachado na areia, com cabeça entre as pernas. Assim, você diminui o “efeito de ponta”.
É muito importante não ficar no mar na hora do temporal! Saia imediatamente do mar ao avistar as nuvens carregadas chegando.
A água salgada do mar facilita a condução da eletricidade. Se você estiver na água do mar, a chance de ser atingindo indiretamente pelo raio é maior.
Fonte: Climatempo