Em todo planeta, existem mais de 90 espécies que compreendem a família dos odontocetos – golfinhos, botos, orcas, cachalotes e alguns outros animais.
O grupo é uma subordem dos cetáceos, caracterizada principalmente pela presença de dentes do mesmo formato que não são substituídos ao longo da vida. Esses dentes têm como principal função a captura das presas, que são geralmente peixes, polvos, lulas e crustáceos.
Habitantes de todos os oceanos e mares internos do planeta, os odontocetos ocorrem também em água doce, sendo algumas espécies fluviais, como esclarece o guia de identificação dos cetáceos brasileiros do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Outra característica do grupo é a presença de um sistema sonoro de ecolocalização que auxilia no deslocamento, alimentação e até na comunicação entre esses mamíferos.
Ao todo, existem 10 famílias de odontocetos, compreendidas em 34 gêneros e 92 espécies diferentes. No Brasil, 42 espécies já foram observadas e registradas. Conheça as mais comuns:
Golfinho-nariz-de-garrafa (Tursiops truntatus)
Presente em todo o litoral brasileiro, o golfinho-nariz-de-garrafa habita tanto regiões costeiras, como oceânicas. Vive em grupos ou sozinho e pode chegar a mais de três metros de comprimento e 350 quilos.
“É uma das espécies mais populares não só pela sua distribuição, como por sua presença em cativeiros, infelizmente. No Brasil, ainda há uma espécie (Tursiops geophyreus) que é encontrada somente no Sul”, explica o biólogo especialista em golfinhos Rafael Pinheiro, do projeto Golfinho Rotador.
Algumas das principais ameaças à sobrevivência do golfinho nariz-de-garrafa são: captura acidental e intencional, poluição, colisão com embarcações, contaminação das águas, degradação e perda de habitat e ingestão de resíduos sólidos.
Boto-Rosa (Inia sp)
O boto-rosa é um golfinho de água doce, presente nos rios da região norte no Brasil. Devido à existência de subespécies, o Inia sp pode apresentar variações na aparência conforme o local onde é observado.
Rafael explica que, no Brasil, as variações de subespécies são o boto-da-Bolivia (Inia Boliviensis), o boto-vermelho (Inia geoffrensis) e o boto-do-araguaia (Inia araguaiaesis) – única espécie de mamífero aquático endêmica no país. Todas já foram avistadas no território brasileiro.
“Esses botos podem atingir o comprimento médio de 2,2 metros, pesar de 160 a 210 quilos e apresentar heterodontia, dentes com tamanhos diferentes, o que ocorre somente em golfinhos de água doce”, completa ele.
Golfinho-rotador (Stenella longirostris)
“O golfinho-rotador é um tipo de golfinho oceânico, que sempre está em grupos, podendo ser possível encontrar concentrações com centenas e até milhares de indivíduos”, diz Rafael.
Essa espécie possui um bico extremamente longo e fino e se aproxima de ilhas oceânicas para descansar, namorar e cuidar de seus filhotes, como acontece em Fernando de Noronha. Um adulto pode chegar a dois metros e pesar de 75 a 95 quilos.
Boto-cinza (Sotalia guianensis)
O boto cinza é encontrado apenas no Oceano Atlântico e está presente em todo litoral brasileiro, com exceção do estado do Rio Grande do Sul. Podem atingir comprimento de 1,9 metros e pesar até 121 quilos.
Toninha (Pontoporia blainvillei)
As toninhas são os menores cetáceos do mundo. “As fêmeas chegam a medir 1,5 metro e os machos, menores, não ultrapassam os 1,2 metro de comprimento, pesando até 125 quilos. São encontrados em áreas costeiras no sul e sudeste do Brasil”, finaliza.
Fonte: G1