Uma cobra-do-milho, espécie exótica originária dos Estados Unidos, foi parar no meio de uma avenida de Praia Grande, no litoral de São Paulo, e acabou sendo atropelada, na manhã deste domingo (10). Segundo biólogos ouvidos, por não ser de uma espécie nacional, sua criação e comercialização são proibidas no Brasil.
O empresário Thiago Konrath, de 30 anos, fez um registro da serpente, e contou que, por volta das 11h, estava passando de moto pela rotatória da Avenida Presidente Kennedy quando viu a cobra tentando atravessar a rua. “Foi o tempo de eu fazer o retorno na rotatória para gravar o vídeo, quando eu voltei, os carros já haviam passado por cima e ela estava morta”.
As fotografias foram feitas após ela ser atropelada, porém, como ele não poderia ficar muito tempo parado, não conseguiu prestar a assistência devida. “Ela estava com a boca aberta, provavelmente queria dar o bote nos carros, e morreu desse jeito. Consegui retirar ela da pista e colocar ela na calçada”, diz o empresário.
O biólogo Douglas dos Santos confirmou que trata-se de uma cobra-do-milho (Pantherophis guttatus). “Essa espécie é exótica, originária dos EUA. Deve ter escapado de algum criador. Como ela não é venenosa, é muito comum o pessoal ter ela em casa, o que se trata de um verdadeiro perigo, pois assim, espécies exóticas são introduzidas em nosso habitat”.
Segundo Santos, essas espécies exóticas ameaçam a biodiversidade local, e muitas vezes podem causar desequilíbrio ambiental. “Em sua grande maioria, não tem um predador natural no ambiente em que elas são forçadamente introduzidas. Assim, se estabelecem destruindo a biodiversidade nativa, além de, também, poderem ser hospedeiros de doenças”, explica.
Daniel Monteiro, biólogo do Parque Ecológico de Mongaguá, também afirma que a cobra encontrada é ilegal no país. “Não se pode comercializar nem criar esse tipo de serpente no Brasil. Ela deve ter fugido, ou alguém pode ter soltado ela”.
Monteiro ainda alerta que soltar animais exóticos na natureza é um crime ambiental. Caso alguém se “arrependa” de ter adquirido um espécime desses, o animal deve ser entregue às autoridades ambientais.
Fonte: G1