Ondas gigantes em alto mar podem causar sérios danos em navios e até em plataformas de petróleo. No entanto, ainda é difícil prever exatamente o comportamento dos oceanos a fim de evitar tais problemas. Neste contexto, cientistas da Universidade de Copenhage (Dinamarca) e da Universidade de Victoria (Canadá) criaram um sistema que usa inteligência artificial para encontrar uma fórmula que consiga prever a ocorrência destes fenômenos marítimos.
Segundo a pesquisa, publicada na revista científica Science Daily, a IA foi treinada com “milhares de dados de monitoramento dos oceanos” obtidos ao longo dos anos. A tecnologia, então, conseguiu descobrir um modelo matemático que fornece uma receita para prever como e quando as ondas gigantes podem ocorrer.
“Basicamente, é apenas muito azar quando ocorre uma dessas ondas gigantes. Elas são causadas por uma combinação de muitos fatores, que, até agora, não foram combinados em uma única estimativa de risco. Usamos a inteligência artificial para reunir essas estimativas em um modelo que pode calcular a probabilidade de formação de ondas gigantes”, explica Dion Häfner, um dos pesquisadores do projeto.
Com o modelo, os cientistas analisaram dados de diferentes regiões e períodos para encontrar as causas das ondas gigantes – que podem ter mais de 20 metros de altura. Com o aprendizado de máquina, eles transformaram tudo em um algoritmo que foi então aplicado ao seu conjunto de dados.
“Nossa análise demonstra que ondas anormais ocorrem o tempo todo. Na verdade, registramos 100 mil ondas em nosso conjunto de dados que podem ser definidas como ondas gigantes. Isso equivale a cerca de 1 onda monstruosa ocorrendo todos os dias em qualquer local aleatório do oceano. No entanto, nem todas elas atingem tamanhos extremos”, explica Johannes Gemmrich, também coautor do estudo.
Segundo os criadores da IA, a ferramenta deve ser mais uma aliada para a indústria, a fim de prever e conseguir evitar esses momentos. “Como as companhias marítimas planejam as suas rotas com bastante antecedência, poderão usar o nosso algoritmo para obter uma avaliação de risco sobre a possibilidade de encontrar ondas perigosas ao longo do caminho”, conclui Häfner.
Fonte/Foto: Um Só Planeta