A Prefeitura de Peruíbe, no litoral de São Paulo, fez uma publicação nas redes sociais, neste sábado (27), alertando para a aparição de caravelas-portuguesas nas areias da cidade, capazes de provocar queimaduras graves nos banhistas. Um grande volume do animal marinho tem sido encontrado sem vida, colocando em risco a população.
A administração municipal ressalta que, mesmo após morta, a caravela-portuguesa provoca lesões na pele e no sistema nervoso. A recomendação é manter distância, caso encontre o animal.
Por meio da prefeitura, o secretário municipal de Defesa Social, José Romeu Dutra, informou que a presença de algumas caravelas-portuguesas já são percebidas há cerca de 15 dias. “Embora estejam por diversas praias, a maior quantidade está na Praia do Guaraú, pela característica do local.”
Ainda de acordo com o secretário, as caravelas-portuguesas são retiradas pela empresa responsável pela limpeza nas praias ou pela própria maré.
Caravelas-portuguesas
A caravela-portuguesa (Physalia physalis) vive nas águas de todas as regiões tropicais dos oceanos. Ela possui tentáculos cheios de células urticantes, e apesar de parecer um único animal, é uma colônia composta por muitos animais inter-relacionados (pólipos). Em caso de acidentes com as caravelas-portuguesas, a orientação é evitar jogar água no ferimento ou esfregá-lo.
O biólogo marinho e coordenador do Aquário de Santos, Alex Ribeiro, explicou que a caravela-portuguesa é um cnidário, parente das águas-vivas e das anêmonas-do-mar. “Porém, é diferente da água-viva, que é um organismo só. A caravela é uma colônia de organismos, então, cada tentáculo dela tem uma função específica dentro da colônia. Ela é um pouco mais nociva do que a água-viva, pois os tentáculos têm efeito um pouco mais urticante no banhista quando é tocado”.
Ribeiro afirma que esses animais marinhos acabam migrando a favor dos ventos e correntezas. “De acordo com anos anteriores que a gente monitora, nessa época do ano é mais comum a presença desses animais nas praias e, por sua vez, também é comum o crescimento da presença de banhistas”.
Ribeiro reforça que não há motivo para preocupação, pois a presença dessas caravelas-portuguesas é comum, esperada e demonstra que o ambiente está equilibrado.
A monitora de campo do Instituto Biopesca, Gemany Caetano, disse que mora no bairro Guaraú, em Peruíbe, e verificou a presença das caravelas-portuguesas no local. “Onde eu moro, encalhou pelo menos umas 300. É época delas, pois as águas estão mais quentes, e acredito que não seja nada atípico”.
Ela recomenda que as pessoas não tenham contato com os animais caso percebam a presença deles encalhados na areia. “É importante ter uma cautela maior em relação a entrar no mar. Querendo ou não, esses animais apresentam substâncias urticantes que podem causar queimaduras, e dependendo da circunstância, até a necessidade de intervenção médica”.
A monitora do Biopesca afirma que as caravelas-portuguesas são animais muito bonitos, e que despertam atenção. “Ele tem um degrade de azul, com roxo e lilás. É muito lindo, então, acaba atraindo a atenção das pessoas e, principalmente, as crianças, que são muito visuais”.
Fonte: G1