Buscas de avião que caiu no mar na região de Ubatuba entram no 7º dia e mãe de copiloto faz apelo à Marinha

Sete dias. Esse é o tempo que já dura a agonia de Ana Regina Agostinho, mãe do copiloto José Porfírio de Brito Júnior, de 20 anos, proprietário da aeronave PA-34-220T, que desapareceu na quarta-feira (24) entre Ubatuba (SP) e Paraty (RJ).

O voo em que ele estava saiu às 20h30 do Aeroporto dos Amarais, em Campinas, e pousaria no Aeroporto de Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio, mas o mesmo deixou de fazer contato por volta das 21h40.

Além de Porfírio Júnior, o voo levava o piloto, Gustavo Calçado Carneiro, de 27 anos – cujo corpo foi localizado na quinta-feira (25) -, e o empresário Sérgio Alves Dias Filho, de 45.

Ana Regina ao lado do filho desaparecido, José Porfírio de Brito Júnior ( Foto: Arquivo pessoal da família)

Contra a dor e a angústia, Ana Regina reuniu forças, rumou para a região do desaparecimento da aeronave, na Costa Verde fluminense, e ganhou a solidariedade de amigos e parentes, que também ajudam nas buscas. São pelo menos 10 pessoas na empreitada.

“Estamos eu, o pai do Júnior, a Thalya, a namorada dele; os pais dela, dois primos, um casal de amigos e um piloto, o Sidney, que foi conosco ao mar. Ele que nos ajudou a achar a poltrona da aeronave, que é a do Júnior. A mochila do Júnior também foi encontrada, mas levada para a delegacia de São Sebastião, mas está complicado de ir lá buscar”, diz.

Ana com o filho Junior: amigos e parentes tentam localizar o copiloto — Foto: Reprodução/Redes sociais
Ana com o filho Junior: amigos e parentes tentam localizar o copiloto (Foto: Reprodução/Redes sociais)

Piloto ajudou a pousar no mar

Além das 10 pessoas que participam dessa busca auxiliar, o grupo conta ainda com duas aeronaves cedidas por amigos e um barco.

“Deus está enviando anjos ao nosso auxílio, nessa luta em que estou atrás do meu filho”, disse nesta quinta-feira (1), em um breve intervalo das buscas.

Um desses anjos foi um piloto de uma empresa aérea, que recebeu uma comunicação de emergência pelo rádio e teria dado orientações para um pouso de emergência no mar. O profissional entrou em contato com a família e contou como tudo aconteceu.

“Essa pessoa falou com a minha nora. Checamos tudo o que ela falou e tudo batia, o horário, as coordenadas, a localização. Ela disse que orientou a fazer um pouso de emergência no mar”, disse Regina, que agora volta suas forças para conseguir um sonar da Marinha para ajudar a localizar o avião.

Família quer um sonar para ajudar nas buscas

“Precisamos da Marinha, do apoio deles. Eu não estou atacando a Marinha, eu quero apoio, quero que eles me ajudem no meio desse desespero de mãe, na minha dor. Não quero brigar com eles. Só quero ajuda”, diz.

O principal objetivo da família é que a Marinha disponibilize um sonar para tentar descobrir uma possível localização da aeronave no fundo do mar.

“Também queria que a Marinha falasse com a gente, que nos dessem notícias, mas falasse com a família, não por redes sociais”, diz.

A reportagem entrou em contato com a Marinha do Brasil, que informou por meio de nota, que participa das buscas desde o dia 25 de novembro, e que no dia 27, o navio-patrulha Guarujá localizou a mochila de um dos tripulantes, e que intensificou a varredura, com propósito de procurar novas evidências que pudessem levar aos tripulantes desaparecidos.

Informou ainda que, na segunda-feira (29), o objeto foi enviado para São Sebastião (SP), a fim de realizar a entrega dos pertences para investigação, por parte do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa).

Além do navio-patrulha Guarujá, a embarcação de casco semirrígido “Tarpon”, da Agência Capitania Portos Paraty, e a embarcação de casco semirrígido “Tamanduá” estão envolvidas nas buscas.

A Marinha também afirmou que a Delegacia da Capitania dos Portos em São Sebastião, e a aeronave H-36 Caracal do 3°/8° da FAB, além da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiro do Rio de Janeiro, realizaram uma varredura em uma área de mais de 4.100 km² do litoral, percorrendo uma faixa litorânea entre Ubatuba (SP) e Paraty (RJ), com um afastamento de até 45 km da costa.

Área percorrida pelos bombeiros na segunda-feira — Foto: Divulgação/Corpo de Bombeiros
Área percorrida pelos bombeiros na segunda-feira (Foto: Divulgação/Corpo de Bombeiros)

“O Com1ºDN esclarece que é solidário ao momento crítico vivenciado pelos familiares de cada tripulante, e incentiva e considera importante a participação da sociedade, que pode ser feita pelos telefones 185, para o caso de alguma informação”, conclui a nota.

Questionada sobra a possibilidade de ceder o sonar ou o mesmo já estar em uso em algumas das embarcações, a Marinha informou que toda e qualquer informação sobre equipamentos ou alterações nas buscas serão informadas em seu site, e que segue apoiando a Força Aérea Brasileira, que coordena as buscas por se tratar de um acidente aéreo.

Movimentação para as buscas pelos desaparecidos  — Foto: Divulgação/Corpo de Bombeiros
Movimentação para as buscas pelos desaparecidos (Foto: Divulgação/Corpo de Bombeiros)

Fonte: G1

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