Chuva de 132 mm deixa Santos, SP, debaixo d’água e morros em estado de atenção no litoral de SP

As fortes chuvas que atingem a Baixada Santista, no litoral de São Paulo, nesta terça-feira (4), provocam transtornos e estragos nas cidades da região, principalmente em Santos (SP), onde a água deixou moradores ilhados e os morros em estado de atenção. Imagens obtidas pela reportagem mostram diversos pontos de alagamentos.

De acordo com a Defesa Civil do Estado de São Paulo, em Santos foi registrado um volume de chuva de 132 mm nas últimas 24h. A Prefeitura de Santos informou que o volume é quase o esperado para o mês todo, em que a média histórica é de 133,4 mm.

Em São Vicente e Praia Grande também foram altos os índices pluviométricos: 99 mm e 70 mm, respectivamente.

A água chegou a invadir casas em Santos. A moradora do bairro Caneleira, Maria Angélica do Pátio Vasques, de 68 anos, notou que a casa estava alagada ao acordar para ir ao banheiro por volta das 6h.

“Quando eu coloquei o pé no chão, estava tudo cheio de água, invadiu tudo. Entrou no meu quarto, na casa toda. A minha amiga que mora comigo [de 60 anos], caiu no banheiro. Ela escorregou na água, caiu e se machucou, bateu com o joelho”, explicou em entrevista.

Água da chuva invadiu casa de Maria Angélica, no bairro Caneleira, em Santos (SP) (Foto: Arquivo Pessoal)

A aposentada disse que possui comportas na casa, pois a rua Orivaldo de Souza Rocha sofre com enchentes. No entanto, nada foi suficiente para evitar a invasão da água das chuvas, que chegou na canela dos moradores. “Se eu saísse na rua, pegava meu joelho”, relembrou Maria.

De acordo com a idosa, a situação causa muito nervosismo. “A gente fica muito nervosa com essa situação. O frio que está. Estou em recuperando de uma desidratação que eu tive recentemente, mas agora estou com o pé na água e vou ter que limpar tudo. É complicado”, lamentou.

Segundo ela, o estrago só não foi maior, pois a casa fez ‘degraus’ e cavaletes para colocar os principais móveis e eletrodomésticos, como geladeira e armários. (veja abaixo)

Moradora de Santos improvisa degraus e cavaletes em casa para não perder móveis. (Foto: Arquivo Pessoal)

Ainda em Santos, os canais transbordaram e diversas ruas ficaram alagadas. Confira abaixo algumas mudanças viárias:

A Prefeitura de Santos informou que a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) implantou desvio nos dois sentidos da Avenida Nossa Senhora de Fátima, entre a Rua Júlia e a subida do Viaduto Paulo Gomes Barbosa.

“A pista local da Avenida Martins Fontes sentido bairro/centro foi desviada para a pista de chegada da rodovia Anchieta. Há pontos de alagamentos na extensão da Avenida Martins Fontes entre a entrada da cidade e o Centro, nos dois sentidos”, informou em nota.

Santos possui diversos pontos de alagamento. (Foto: Redes sociais e Arquivo Pessoal/Victor Godoy)

Ainda segundo o CET, há bloqueio na Praça Washington, no Orquidário, que também apresenta pontos de alagamentos. De acordo com a Defesa Civil de Santos, o houve uma queda de árvore no bairro Vila Progresso e os morros estão em estado de atenção.

Segundo a Prefeitura de São Vicente, a Defesa Civil não foi acionada para ocorrências, mas foram registrados diversos pontos de alagamento, que causaram lentidão no trânsito da cidade.

Entre as vias com transtornos, estão a Linha Amarela (sentido praia) e as ruas Cidade de Santos e Presidente Mascarenhas de Moraes, além das avenidas Embaixador Pedro de Toledo, Antônio Rodrigues, Cândido Rondon, e Presidente Wilson.

Ruas do Centro de Santos amanheceram alagadas. (Foto: Arquivo Pessoal/Ariane Rocha)

A Prefeitura de Cubatão informou que não registrou qualquer interdição ou ocorrência devido às chuvas. Os acumulados são 7 mm na área de encosta habitada, 5,2 na industrial e 4,4 mm na área central.

As Defesas Civis de Bertioga, Itanhaém e Mongaguá também não registraram ocorrências causadas pelas chuvas. O índice pluviométrico em 24h nas cidades são 63 mm, 12, 45 mm e 7,4 mm, respectivamente.

Praia Grande também informou não registrar problemas relacionados às chuvas. “A Defesa Civil monitora a incidência das chuvas e os boletins emitidos pela Defesa Civil Estadual, realiza o acompanhamento dos índices e pede que a população entre em contato, caso note algum problema neste sentido, através dos telefones 199 e 153”.

As prefeituras de Guarujá e Peruíbe não se manifestaram até a publicação desta reportagem.

Fonte: G1

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