Uma espécie exótica invasora de coral-sol (Tubastraea tagusensis.) foi identificada em uma embarcação naufragada no mar de Jequiá da Praia, Litoral Sul, no fim de semana. A informação divulgada nesta segunda-feira (28) alerta para um problema que pode causar prejuízos ao ambiente natural, à economia e à saúde.
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O coral-sol tem o crescimento acelerado e possui vantagens competitivas em relação a espécies nativas. Com uma multiplicação cerca de três vezes maior, cada colônia pode liberar até cinco mil larvas a cada ano. Essa infestação massiva faz com que a vida marinha praticamente desapareça onde ele se instala.
Pesquisadores do Laboratório de Ictiologia e Conservação, da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) em Penedo receberam imagens do coral-sol em um navio naufragado em Jequiá da Praia. Os registros foram enviados no dia 23 de março por mergulhadores recreativos e uma escola e operadora de mergulho.
“Diversos estudos já demonstraram que esse invasor vem causando impactos negativos em corais e peixes nativos, modificando funções ecológicas importantes”, disse o professor e pesquisador Cláudio Sampaio, responsável pela descoberta.
Outros estados do Nordeste já tinham identificado antes a presença do coral-sol, como Ceará e Pernambuco. Por conta da chegada ao litoral de Alagoas, o corpo técnico do Instituto do Meio Ambiente (IMA) e os pesquisadores da Ufal alinham medidas para retirada e contenção da espécie.
O coordenador do Gerenciamento Costeiro do Instituto, Ricardo César, explicou que, para evitar que o coral-sol se prolifere no ambiente natural da costa alagoana, técnicos do IMA instalaram placas de metais em trechos próximos do Porto de Maceió, que possibilitam um monitoramento do surgimento da espécie de forma mais eficiente. Além disso, há uma parceria com uma empresa de mergulho.
Segundo o IMA, não há vestígios do coral-sol em Maceió.
“Nós já trabalhávamos com medidas profiláticas, pelo menos no Porto de Maceió. Agora vamos trabalhar com procedimentos para a retirada do coral-sol e definir medidas para evitar a sua expansão”, disse Ricardo César.
Fonte: G1