“A gente não tá trabalhando em busca de corpos, nós buscamos vítimas vivas”.
É assim que o secretário estadual de Defesa Civil e comandante geral do Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro, Leandro Monteiro, está tratando as buscas pelos dois desaparecidos na queda do avião bimotor no mar entre Ubatuba (SP) e Paraty (RJ) na noite da última quarta-feira (24).
“É uma operação cara pro Governo do Estado, mas não existe preço quando nós falamos em vida”, acrescentou.
Nesta terça-feira (30), a equipe de resgate completou seis dias de buscas intensas na região do acidente. O trabalho conta com helicópteros, mergulhadores, motos aquáticas e embarcações.
“As buscas costumam encerrar ao pôr do sol, por volta de 18h30, 18h20, depende do dia e de como está o tempo. E aí a gente continua nossas buscas terrestres nas praias e nas regiões. Nós estamos aqui, as nossas aeronaves estão aqui, nossas embarcações, e queremos continuar aqui até no prazo aproximado de 15 dias”, prometeu Leandro Monteiro.
“Esses 15 dias são os mergulhadores que estão no mar, nossos guarda-vidas, nosso aparato pessoal, mas as buscas vão continuar depois desse período. O Corpo de Bombeiros vai trabalhar até o último momento para encontrar essas vítimas vivas”, acrescentou.
Uma força-tarefa de parentes e amigos também vem navegando em alto-mar para auxiliar os órgãos oficiais nas buscas.
Os dois desaparecidos são:
- o passageiro, Sérgio Alves Dias Filho, de 45 anos, empresário dono de uma empresa de blindagem com sede em Jacarepaguá, no Rio;
- o copiloto, José Porfírio de Brito Júnior, de 20 anos, proprietário da aeronave, modelo PA-34-220T, morador do Recreio, no Rio.
O corpo do piloto, Gustavo Calçado Carneiro, de 27 anos, natural de Corumbá, no Mato Grosso, foi encontrado na tarde do dia seguinte ao acidente.
No mesmo dia, destroços da aeronave, entre eles uma poltrona, também foram encontrados em pelo menos dois pontos distantes entre Ubatuba e Paraty.
Na segunda-feira (29), a Marinha do Brasil informou que, no último sábado (27), o Navio-Patrulha “Guajará”, que atua nas buscas, localizou e recolheu uma mochila com pertences que, supostamente, seriam de uma das vítimas.
O acidente
O avião bimotor desapareceu por volta das 21h de quarta-feira. O voo saiu às 20h30 do Aeroporto dos Amarais, em Campinas, e pousaria no Aeroporto de Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio. A torre do Rio de Janeiro perdeu o contato com a aeronave às 21h40.
Em nota, o Centro de Coordenação de Salvamento Aeronáutico de Curitiba informou que foi notificado sobre o desaparecimento da aeronave de prefixo PP-WRS e que às 4h15 de quinta-feira um helicóptero iniciou as buscas na área delimitada.
Família do copiloto pede ajuda nas redes sociais
A mãe, Ana Regina Agostinho, o pai, a namorada, os sogros e amigos do copiloto estão acompanhando o caso de perto desde o primeiro dia de buscas.
Pelas redes sociais, Ana Regina vem reforçando o pedido para que as buscas não sejam interrompidas.
“A minha fé está firmada na rocha. Nada nem ninguém vai fazer eu sair daqui sem meu filho. Deus alimento diário que sustenta a minha Fé. A FÉ é a certeza daquilo que esperamos e a prova daquilo que não podemos ver. Que a nossa Fé e a nossa Certeza esta em Deus”, publicou em seu perfil no Instagram nesta terça-feira.
Paixão pela avião desde criança
José Porfírio de Brito Júnior está no último período do curso de Logística na Universidade Estácio de Sá. Segundo consta na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), ele é o proprietário da aeronave, modelo PA-34-220T.
A paixão pela aviação surgiu por influência do pai, José Porfirio de Brito, piloto de voos particulares.
Fonte: G1