Vila Sahy, em São Sebastião, deve receber sistema de sirenes para alertar sobre temporais; saiba como vai funcionar

Epicentro da tragédia que matou 65 pessoas no Litoral Norte de São Paulo, a Vila Sahy, na Costa Sul de São Sebastião, deve receber a instalação de um sistema de sirenes com alertas sobre temporais e áreas de risco.

Na última semana, o Governo de SP anunciou que São Sebastião, Guarujá e Franco da Rocha serão as primeiras cidades do estado onde o sistema será implementado. A previsão é que isso aconteça até o início da próxima temporada de verão.

O objetivo da medida é alertar os moradores dos municípios, principalmente nas áreas de risco, sobre a previsão de chuvas fortes, com possibilidade de causar estragos.

De acordo a Defesa Civil, um grupo de estudo tem analisado os locais mais apropriados na cidade para colocação das sirenes, mas a Vila Sahy é a região onde deve ser feita a implementação.

O bairro ficou devastado após o temporal histórico que atingiu o litoral paulista no final de semana do carnaval deste ano. Em São Sebastião, 64 pessoas morreram e centenas ficam desabrigadas.

Buscas por desaparecidos em meio à lama de um deslizamento que derrubou casas na Vila do Sahy, em São Sebastião (Foto: Fábio Tito/g1)

Como o sistema vai funcionar?

Segundo o Capitão Roberto Farina, da Defesa Civil, quando houver possibilidade de temporais com alto índice pluviométrico, um alerta será emitido ao Centro de Gerenciamento de Emergência das cidades com o sistema.

A partir disso, a própria cidade será responsável por acionar as sirenes, que emitirão um aviso sonoro aos moradores – da Vila Sahy, no caso de São Sebastião – sobre a necessidade de deixar as moradias.

“Queremos passar a usar o sistema já no fim deste ano, no início da temporada de verão. Essa não é a solução, mas é uma ferramenta que, com outras, vai ajudar muito a diminuir os impactos de temporais, deslizamentos de terra e enchentes”, explica Farina.

Vila Sahy, em São Sebastião (Foto: André Luis Rosa/TV Vanguarda)

Junto com as sirenes, serão implementados ‘mapas comunitários de risco’ no bairro, com informações como locais de fuga, pontos de encontro, abrigos e unidades de saúde.

Os mesmos mapas são usados em São Luiz do Paraitinga desde que a cidade registrou enchentes no início deste ano. Veja como eles são:

Mapas comunitários de risco usados pela Defesa Civil de São Paulo em cidades com riscos de desastres (Foto: Divulgação/Defesa Civil)

Além disso, estão previstos treinamentos com moradores, contatos diretos da Defesa Civil com líderes comunitários, que poderão orientar a população, e uma parceria do órgão com a Secretaria Estadual de Educação, para que professores preparem os alunos para situações de risco.

Ligações em áreas de risco extremo

Outra medida que passará a ser usada no próximo verão é um sistema de ligações para a população que estiver em áreas consideradas de risco extremo durante tempestades.

Segundo a Defesa Civil, foi feito um convênio com a Anatel para que as pessoas sejam contatadas por meio de ligações, e não por mensagens de texto, já que os episódios mais severos ocorrem, na maioria das vezes, no período da noite e madrugada, quando as pessoas estão dormindo.

O novo projeto vai permitir que os telefones celulares toquem e vibrem, mesmo que estejam no modo silencioso.

“O objetivo é que até turistas, que não fazem parte do cadastro de moradores dessas regiões, sejam alertados por mensagens e ligações sonoras. A partir do momento que eles chegarem em locais de risco, o celular vai ser incluído no sistema por meio de geolocalização e antenas”, diz o Capitão Farina.

Radar meteorológico norte-americano

O pacote prevê ainda a instalação de um radar meteorológico norte-americano para prever com mais precisão a chegada de frentes frias no litoral paulista. O equipamento custou cerca de R$ 10 milhões.

Segundo Farina, o radar está em processo de burocracia para a entrega ao governo paulista e, quando disponível, será instalado em Ilhabela, que também fica no Litoral Norte.

“É muito moderno e tecnológico. Vai aperfeiçoar o monitoramento de previsões e alertas de desastres. Nos próximos meses, as equipes vão passar por treinamentos para instalação e utilização do equipamento, mas ele também vai começar a operar até o verão.”

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Na última semana, o governo de São Paulo anunciou que escolheu as cidades litorâneas de São Sebastião e Guarujá, além do município de Franco da Rocha, na região metropolitana, para a implementação de um novo sistema de sirenes para alertas sobre temporais e áreas de risco.

O governador Tarcísio de Freitas liberou uma verba de R$ 4,6 milhões para a compra dos equipamentos e instalação das torres de transmissão. A licitação deve ser aberta nas próximas semanas.

Após a tragédia em São Sebastião, onde 64 pessoas morreram por causa de um temporal em fevereiro, Tarcísio de Freitas visitou o Centro de Operações Rio (COR) e prometeu usar o modelo carioca de prevenção a desastres para minimizar o risco de tragédias climáticas em São Paulo.

As primeiras cidades foram escolhidas pelos seguintes critérios:

  • risco de deslizamentos e alagamentos
  • volume de chuva registrado nas regiões
  • número de mortes recentes e desalojados
  • centros de operação e controle que já funcionem 24h

Fonte: G1

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