Turistas são multados em R$ 5 mil em Fernando de Noronha; entenda o que não pode na ilha

O Instituto Chico Mendes da Biodiversidade (ICMBio) informou que dois turistas foram autuados em menos de uma semana, em Fernando de Noronha. Eles são acusados da prática de crime ambiental.

Um visitante foi flagrado pela fiscalização circulando com um kitesurfe em alta velocidade, nesta terça-feira (14). Na quarta-feira (8), uma mulher foi notificada por ‘mergulho intencional com golfinhos’.

As informações foram confirmadas pela chefe do ICMBio, Lilian Hangae. A gestora do órgão declarou que as infrações ocorreram na região do Porto de Santo Antônio.

O homem, que praticava kitesurfe de forma irregular, é do estado do Piauí. Já a turista, que fez o mergulho com os golfinhos, é do Paraná. Os nomes dos visitantes não foram divulgados.

Infrações aconteceram no Porto de Santo Antônio (Foto: Ana Clara Marinho/TV Globo)

Segundo Lilian Hangae, o praticante de kitesurfe e a mulher que fez o mergulho com os golfinhos foram multados no valor de R$ 5 mil cada um. O acompanhante da turista, que também estava no mergulho com os cetáceos, não foi autuado.

“O rapaz que praticava o kitesurfe em alta velocidade é frequentador da ilha há anos. Ao retornar à praia, ele já tinha consciência da infração. Ele sabia que tinha feito algo errado”, contou a chefe do ICMBio.

Lilian Hangae explicou porque apenas a mulher foi multada pelo mergulho com os golfinhos-rotadores.

“O casal estava há oito dias na ilha. A turista sabia da proibição do mergulho com os golfinhos, mas ela queria muito, idealizou o mergulho e assumiu a responsabilidade. O rapaz foi apenas acompanhante”, esclareceu a chefe do Instituto Chico Mendes da Biodiversidade.

O coordenador do Projeto Golfinho Rotador, José Martins, que é oceanógrafo, explicou que a legislação brasileira proíbe o molestamento dos cetáceos. O mergulho intencional com os golfinhos é considerado um crime ambiental.

“Quando acontece a notificação, a multa, é um sinal que todo o sistema perdeu: perdeu o meio ambiente, os golfinhos foram impactados; perdeu o infrator, que propositalmente, por negligência ou falta de informação, cometeu uma ilegalidade e vai ser multado; perderam os ambientalistas, que não conseguiram evitar o delito; e perdeu o ICMBio, que vai ter que realizar um ato burocrático e precisa justificar a ação”, declarou José Martins.

O ambientalista disse, ainda, que o objetivo do Projeto Golfinho Rotador é que não ocorram infrações.

“Nós queremos que não ocorram as multas, queremos que as pessoas entendam a necessidade da legislação e cumpram as normas, sejam moradores, prestadores de serviço ou turistas”, disse o coordenador do Projeto Golfinho Rotador.

Fonte: G1

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