A prefeitura do Recife divulgou nesta quarta-feira (13) que lançou um edital para contratar empresa para fazer um estudo e projeto para enfrentar o avanço do mar. Para isso, segundo o estudo de viabilidade técnica da licitação, será necessário fazer obras de engorda nas praias da cidade, para devolver “largura segura de sua utilização”.
O valor da licitação é de, no máximo, R$ 4,190 milhões. A empresa que vencer deverá fazer estudos em toda a faixa de areia, incluindo os bairros de Brasília Teimosa, Pina e Boa Viagem, todos na Zona Sul. Esse trecho é de 9,3 quilômetros.
O Recife é a capital brasileira mais ameaçada pelo avanço do nível do mar, de acordo com o Painel Intergovernamental das Mudanças Climáticas (IPCC, sigla em inglês) da Organização das Nações Unidas (ONU). O município também é a 16° cidade mais afetada do mundo pelo avanço do mar.
O aumento do nível do mar é apenas um dos efeitos das constantes mudanças climáticas apontadas pelos especialistas.
De acordo com a prefeitura, a engorda da faixa de areia também faz parte do projeto Orla Parque, que pretende reformar e integrar 11 quilômetros da costa do Recife com espaços multifuncionais, as chamadas “centralidades”. A previsão de conclusão do projeto é para 2025.
Os estudos a serem realizados, segundo a licitação, deverão ocorrer nos trechos de orla onde há redução da faixa de areia e comprometimento da infraestrutura urbana devido ao avanço do mar e erosão costeira.
As empresas devem, ao final dos estudos, apontar soluções necessárias para a contenção do mar e recuperação das áreas públicas. O prazo para execução do serviço é de 240 dias corridos.
Se concretizada, essa será a primeira obra de engorda da faixa de areia do Recife. Na cidade vizinha, Jaboatão dos Guararapes, já houve um serviço desse tipo.
Entre os serviços que deverão ser realizados, estão os seguintes:
- Caracterização da Praia;
- Levantamento de seções transversais em toda a extensão da praia;
- Coleta e análise de sedimentos nas seções transversais da praia;
- Caracterização do raio da possível jazida (de onde será retirada areia);
- Modelagem hidrodinâmica;
- Projetos de dragagem e requalificação;
- Consulta ao órgão ambiental para obtenção de licenças.
Para justificar a necessidade da obra de engorda, a prefeitura cita exemplos de intervenções semelhantes em Fortaleza, Florianópolis e Balneário Camboriú (SC).
“Esta abordagem não só oferece proteção imediata à infraestrutura existente, mas também restitui as larguras naturais das praias, promovendo o uso sustentável para lazer e turismo”, diz o projeto.
Fonte: G1