Praias de quatro cidades da Baixada Santista estão impróprias para banho de mar; confira

Todas as praias de Praia Grande, Mongaguá, Santos e São Vicente foram classificadas como impróprias para banho nesta semana na Baixada Santista, de acordo com estudo realizado pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), que avalia semanalmente as condições das águas. A única cidade da região com todas as praias consideradas próprias é Bertioga.

De acordo com a Cetesb, a praia é considerada imprópria quando as amostras coletadas apresentam mais de 100 unidades formadoras de colônias (UFC) de enterococos [bactérias fecais] por 100 ml.

Praia Itararé - São Vicente — Foto: Alexsander Ferraz/A Tribuna Jornal
Praia Itararé – São Vicente (Foto: Alexsander Ferraz/A Tribuna Jornal)

Conforme o último boletim publicado, todas as praias desses quatro municípios estão avaliadas como ‘impróprias para banho’. Confiras os trechos analisados:

  • Praia Grande: estão impróprias as praias do Canto do Forte, Boqueirão, Guilhermina, Aviação, Vila Tupi, Ocian, Vila Mirim, Maracanã, Vila Caiçara, Real, Balneário Flórida e Jardim Solemar.
  • Mongaguá: estão impróprias as praias da Vila São Paulo, Central, Vera Cruz, Santa Eugênia, Itaóca, Agenor de Campos e Flórida Mirim.
  • Santos: estão impróprias as praias da Ponta da Praia, Aparecida, Embaré, Boqueirão, Gonzaga e os dois trechos monitorados da praia do José Menino (próximos à rua Olavo Bilac e à avenida Frederico Ozanan).
  • São Vicente: estão impróprias as praias da Divisa, Itararé (Posto 2), praia da Ilha Porchat, praia dos Milionários, Gonzaguinha e Prainha.

Existem dois fatores principais que influenciam na balneabilidade das praias, de acordo com a Cetesb, como o número de pessoas e as chuvas.

A companhia destaca que as chuvas contribuem negativamente para a balneabilidade, uma vez que maior volume da água dos rios chega ao mar. Além disso, nesses episódios há grande quantidade de esgotos, lixo e outros detritos que são levados ao mar, ocasionando a queda na qualidade da água.

Problemas

Trecho de praia no bairro Aparecida, onde as análises foram melhores (Foto: Vanessa Rodrigues/A Tribuna Jornal)

A Cetesb aponta que a água, quando imprópria, pode aumentar o risco de contaminação e doenças como: Hepatite A, cólera, febre tifoide, entre outras, sendo a mais comum a gastroenterite, que pode causar enjoo, vômitos, dores de estômago, diarreia, dor de cabeça, febre, infecções dos olhos, ouvidos, nariz e garganta.

“O fato da praia estar imprópria não significa que todas as pessoas que se banharem no local irão contrair alguma dessas doenças. Isso depende das condições imunológicas de cada um e do tipo de exposição de cada um – se fica muito tempo na água, se mergulha a cabeça, se engole água”, explica a companhia.

Respostas

A Prefeitura de Santos informou que o principal fator que determina os níveis de balneabilidade é a rede coletora de esgoto, de responsabilidade da Sabesp, com a qual a administração desenvolve várias ações conjuntas, visando apoiar a concessionária do serviço.

A administração municipal destacou que a cidade possui 99% de ligação de esgoto e todo o sistema é interligado ao emissário submarino, que despeja o material, após tratamento, a 4,5 km do litoral.

A Secretaria de Meio Ambiente (Semam), no entanto, entende que há uma relação direta entre a balneabilidade e o volume de tratamento de efluentes lançados por todos os emissários submarinos existentes nos demais municípios da Baixada Santista.

Ainda pontuou que, em Santos, há questões geográficas a serem consideradas, notadamente o fato de praias estarem inseridas em uma baía, com conexão direta com o canal do porto e municípios vizinhos, dos quais sofrem influência direta, principalmente no que se refere às ligações irregulares e/ou clandestinas nestas cidades.

Em nota, a Prefeitura de São Vicente, por meio da Secretaria de Meio Ambiente (Semam) informou que analisa dados apresentados e, a partir disso, elabora estratégias eficazes para combater os problemas de poluição no mar.

A Semam destacou que a região é estuarina, toda interligada por braços de rio e canais, apresentando considerável concentração de habitações subnormais, indústrias e atividades portuárias, o que dificulta a identificação das fontes de poluição.

Além disso, disse que a Sabesp implementa programas destinados a ampliar as conexões de esgoto no município, enquanto as obras nos canais de drenagem desempenham papel crucial na identificação de fontes poluidoras e contribuem para a redução de poluentes descartados de maneira irregular.

O g1 entrou em contato com as Prefeituras de Praia Grande e Mongaguá, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.

Fonte: G1

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