Agarrados a barris de petróleo, dois pescadores chilenos conseguiram sobreviver ao naufrágio da embarcação em que estavam e esperar a chegada de resgate. Ismael Lemus, de 49 anos, e Eugenio Aros, de 30, tiveram um problema com o barco Condor II afundou nas águas geladas do Estreito de Magalhães, no extremo sul do continente.
A dupla navegava em direção a Punta Arenas para buscar mais um tripulante. No entanto, o tubo – que tem sete centímetros de espessura e serve para resfriar o motor – se rompeu. O barco não resistiu a tanto fluxo de água e levou menos de sete minutos para ficar submerso.
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— Consegui colocar o colete salva-vidas no meu companheiro e nada mais. O outro colete caiu ao lado do barco. Também meu celular — disse Lemus, em entrevista à imprensa local.
Os dois pescadores então ficaram à deriva em alto mar, a cerca de 5,5 quilômetros da Ilha Dawson, onde as águas têm temperatura que não passam de 3°C, com sensação térmica de -1ºC, devido ao vento e aos flocos de neve que caem na região.
Para sobreviver, a dupla se agarrou nos tambores de petróleo que tinham como reservas.
— Eu sabia que outros barcos estavam caçando caranguejo, então algum deles poderia nos ver, essa era a minha esperança — explicou Lemus.
O Centro de Busca e Resgate Marítimo de Punta Arenas iniciou uma operação de resgate, depois que outros pescadores sentiram falta da dupla.
“Às 15h50, a Lancha “Macarena II” resgatou a tripulação perto das ilhotas Offing, transferindo-os para Puerto Harris, onde o pessoal naval prestou os primeiros cuidados médicos e os estabilizou, antes de transportá-los para Punta Arenas”, informou a Marinha chilena.
Lemus e Aros foram encontrados com hipotermia. Eles receberam roupas secas e ficaram na cozinha da embarcação, que ficou com as chamas acesas, para aquecê-los.
— Nós apoiamos uns aos outros. Em Port Harris me colocaram em sacos de hipotermia e me reanimaram. Eu tinha perdido a consciência, ele [Aros] estava bem. Agradeço a todas as pessoas que estiveram envolvidas. Espero encontrar todos eles para apertar a mão e dar um abraço — finalizou Lemus.



Fonte: G1