O peixe-remo (Regalecus glesne), também conhecido popularmente como o “peixe do fim do mundo” ou “peixe do juízo final”, fez uma aparição rara em águas rasas de uma praia na Baixa Califórnia do Sul, no México, neste mês. O vídeo com o registro, feito por um banhista, despertou a curiosidade de muitos e rapidamente se espalhou pelas redes sociais.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_7d5b9b5029304d27b7ef8a7f28b4d70f/internal_photos/bs/2025/w/Q/bGtBewRvGY5MMZaAE59Q/peixe-do-fim-do-mundo.jpeg?quality=80&f=auto)
De acordo com pesquisadores, normalmente essa espécie habita águas muito profundas, em profundiades entre 200 e 1.000 metros, e pode crescer até chegar a um tamanho similar ao de um ônibus escolar. No entanto, o exemplar filmado desta vez, que chegou até a areia da praia, é muito menor do que alguns registros feitos anteriormente.
Um dos apelidos do animal é mais fácil de compreender, já que sua configuração se assemelha à um remo, devido ao formato achatado do seu corpo e à maneira como ele nada, tendendo a flutuar verticalmente. Já a associação com o fim do mundo nasceu de histórias que relacionam o aparecimento do peixe antes de eventos naturais, como terremotos e maremotos. Em 2011, por exemplo, ele foi visto antes do abalo sísmico que atingiu os reatores nucleares de Fukushima, no Japão. Mas tudo seria apenas coincidência, afirmam estudiosos.
No vídeo gravado no último dia 10, um dos banhistas afirma: “É raríssimo vê-los ao vivo. Isso é impressionante; este é o menor que eu já vi. Parece que ele veio até aqui para morrer.” Outro homem do grupo é filmado tentando guiar o peixe de volta para o mar. “Nós o redirecionamos três vezes para a água, mas ele voltou todas as vezes”, disse.
Biólogos afirmam que esse comportamento atípico, de se aproximar da superfície, ocorre apenas quando estes animais estão em estágio terminal ou profundamente desorientados, geralmente após um confronto com um predador. A maioria dos exemplares que se aproximam da costa não consegue sobreviver. A mais recente aparição da espécie, nos Estados Unidos, por exemplo, foi de um exemplar já sem vida.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_7d5b9b5029304d27b7ef8a7f28b4d70f/internal_photos/bs/2024/d/e/A7ZZQ4TSiKfjHXts7DiA/241117-oarfish-01-aa-71eb45.jpeg?quality=80&f=auto)
Por conta da raridade de observações de exemplares vivos e da impossibilidade de realizar buscas em seu habitat nas profundezas do oceano, os estudos sobre o peixe-remo ainda são limitados e inconclusivos. Fatores como mudanças climáticas e nas condições oceânicas ou um aumento na população da espécie podem explicar esses avistamentos.
“Muitos investigadores sugeriram esta razão pela qual os peixes de águas profundas encalham nas praias. Às vezes, isso pode estar ligado a mudanças mais amplas, como o ciclo El Niño e La Niña, mas nem sempre é o caso”, afirma Ben Frable, gerente da Coleção Scripps Oceanography Marine Vertebrate.
Fonte: Um Só Planeta