O mergulhador Gideon Harris descobriu um naufrágio de 1,8 mil anos enquanto mergulhava no mar da praia de Beit Yanai, na costa noroeste de Israel. Ele contatou arqueólogos, relatando ter encontrado colunas antigas.
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Os especialistas da Autoridade de Antiguidades de Israel (IAA) investigaram o navio naufragado e divulgaram os achados nesta segunda-feira (15) em postagem no Facebook.
Segundo a publicação, a embarcação com carga rara de artefatos de mármore afundou durante uma tempestade nas águas de Moshav Beit Yanai, ao norte da cidade de Netanya.
“Há muito tempo que sabíamos da existência dessa carga naufragada, mas não sabíamos o seu paradeiro exato porque o navio estava coberto por areia e, portanto, não podíamos investigá-la”, conta Koby Sharvit, diretor da unidade de arqueologia subaquática da IAA.
A carga pode ter sido exposta por recentes tempestades, de acordo com Sharvit. “Graças ao importante relatório de Gideon, conseguimos registrar sua localização e realizar investigações arqueológicas preliminares, o que levará a um projeto de pesquisa mais aprofundado”, ele afirma.
O navio afundado guarda a mais antiga carga marítima de seu gênero conhecida no Mediterrâneo Oriental. Há colunas adornadas com padrões vegetais, capitéis (a parte superior das colunas) e colunas de mármore medindo até 6 metros de comprimento.
De acordo com a IAA, acredita-se que esses valiosos elementos arquitetônicos eram destinados a um edifício público, possivelmente um templo ou talvez um teatro. Os arqueólogos estimam, a partir desses elementos, que o navio conseguisse levar carga de pelo menos 200 toneladas.
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“Essas peças finas são características de edifícios públicos majestosos e de grande porte”, afirma o diretor. “Mesmo na Cesareia romana, tais elementos arquitetônicos eram feitos de pedra local coberta com gesso branco para parecer mármore. Aqui estamos falando de mármore genuíno.”
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Os arqueólogos discutem há anos se os elementos arquitetônicos importados do período romano foram trabalhados em suas terras de origem ou transportados parcialmente esculpidos.
Para Koby Sharvit, a descoberta dessa carga resolve esse debate, pois evidencia que os elementos saíram como matéria-prima básica ou artefatos trabalhados de modo parcial. Esses eram então finalizados por artistas e artesãos locais ou estrangeiros.
“Como é provável que esta carga de mármore tenha vindo da região do Egeu ou do Mar Negro, na Turquia ou na Grécia, e como foi descoberta ao sul do porto de Cesareia, parece que se destinava a um dos portos ao longo do sul do Levante, Ashkelon ou Gaza, ou possivelmente até mesmo Alexandria no Egito”, afirma o diretor.
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Pela descoberta, o mergulhador Gideon Harris recebeu um certificado de boa cidadania. “O relatório de Gideon resume o valor da conscientização do cidadão em relação às antiguidades e, mais ainda, a importância de reportá-las à Autoridade de Antiguidades de Israel”, diz Eli Escusido, diretor da IAA.
Fonte: Galileu