A Marinha do Brasil (MB) visitou a travessia de barcas entre Guarujá e Bertioga, no litoral de São Paulo, na manhã desta sexta-feira (17), após uma denúncia que uma moradora sobre o mau estado de conservação do píer e de embarcações. Após a vistoria, a Marinha interditou os serviços dos barqueiros irregulares que atuavam na travessia e os responsáveis foram notificados. O transporte alternativo é uma opção para os moradores, após a paralisação do serviço de balsas, no último domingo (12), devido à queda de um flutuante.
A Marinha informou que durante as ações de inspeção naval foram constatadas diversas irregularidades, como: embarcações sem condutores habilitados ou não adequadas para o transporte de passageiros, falta de equipamentos de segurança nas embarcações e píeres não licenciados e interditados devido ao estado de conservação e por oferecer riscos aos usuários.
“A MB reitera o compromisso com a segurança da navegação e da salvaguarda da vida humana e orienta a população a buscar vias alternativas por meio rodoviário, até que o Departamento Hidroviário (DH) normalize a operação das balsas naquela região”, afirmou em nota.
A Capitania dos Portos de São Paulo incentiva a participação dos cidadãos a denunciar irregularidades por meio do e-mail cpsp.ouvidoria@marinha.mil.br.
Travessia voluntária
A Sociedade Amigos da Prainha Branca disponibilizará aos moradores duas lanchas, a partir de segunda-feira (20), das 6h às 9h e das 17h às 18h, das duas cidades. Nestes horários, segundo a presidente da sociedade, Claudenice Oliveira de Almeida Flavio, há mais trabalhadores precisando realizar a travessia.
De acordo Claudenice, não será cobrada taxa para realizar a travessia. A ação é voluntária para ajudar os moradores, porém, a associação também aceita doações.
A princípio, o serviço ficará disponível durante uma semana, e caso não haja problemas, a Sociedade permanecerá com as lanchas à disposição até que o DH faça a reforma do flutuante e a travessia de balsas seja retomada.
“Tem pessoa que não possui condições financeiras para levar as crianças até a escola. Diversos alunos estão há uma semana sem ir à aula, por conta do valor cobrado pela travessia de lancha, R$ 5 para ir e mais R$5 para voltar”, conta Claudenice.
Mesmo com o valor cobrado, a presidente afirma que os serviços dos barqueiros não podem parar. “As pessoas precisam se locomover. O certo seria DH colocar uma catraia para as pessoas atravessarem decentemente, pois quando chove ninguém atravessa de lancha”, diz.
O caso
Moradores que precisam realizar a travessia de balsas entre Guarujá e Bertioga estão sem poder utilizar o serviço desde a queda de um flutuante, no último domingo (12). A opção é usar o transporte alternativo de barcas. O serviço porém, não é tão seguro, segundo uma moradora de Guarujá.
A dona de casa Gisele Corrêa de Oliveira mora com o marido e os três filhos na Prainha Branca, em Guarujá. Ela conta que eles precisam fazer a travessia todos os dias. Para os filhos não perderem as aulas, ela os deixou na casa de uma irmã, em Bertioga. A dona de casa falou que, além do valor, tem medo de utilizar os barcos por conta da má conservação do píer. Ela revelou já ter sofrido um acidente durante a travessia.
“Meu sentimento é de medo, quase morri na lanchinha, quando uma virou e eu fiquei embaixo da embarcação. O local que a gente embarca é um flutuante todo torto. Tem o risco de cair na água, porque o píer tem uns buracos abertos. A gente sente medo, impotência e revolta”, desabafou.
Fonte: G1