Uma rocha foi encontrada no estômago de um leão-marinho-do-sul (Otaria flavescens), que encalhou sem vida em uma praia do litoral brasileiro. O Instituto Biopesca informou que realizou análises laboratoriais em Praia Grande (SP) e constatou que a pedra tinha oito centímetros e 450 gramas.
O Biopesca explicou que realiza análises do trato gastrointestinal dos animais, ou seja, verifica o que eles comeram. Geralmente, de acordo com o instituto, a maior parte do conteúdo encontrado é plástico. Mas, há casos particulares, como a rocha que foi achada no estômago do leão-marinho.
O instituto disse que há estudos sobre mamíferos marinhos que ingerem essas rochas propositalmente para auxiliar o mergulho e controlar a flutuabilidade. Segundo o Biopesca, elas são usadas como um tipo de lastro — material utilizado para aumentar o peso e manter a estabilidade.
Resgate
O trato gastrointestinal do leão-marinho foi enviado ao Biopesca pela instituição Univille, que foi acionada para retirar a carcaça do animal em maio. O mamífero encalhou em avançado estágio de decomposição na Praia de Salinas, em Balneário Barra do Sul, no litoral norte de Santa Catarina.
As imagens mostram os profissionais da Univille realizando a necropsia, um exame essencial para determinar a causa da morte, ainda na faixa de areia. Eles constataram que o leão-marinho era um macho de aproximadamente 2,60 metros.
Por ser uma espécie de rara aparição naquela região, a Univille coletou amostras biológicas da carcaça, sendo que a do trato gastrointestinal foi enviada para Praia Grande. Os outros materiais foram distribuídos em laboratórios especializados que podem ajudar na determinação da causa da morte.
Leão-marinho
O Instituto Biopesca informou à equipe de reportagem que o leão-marinho-do-sul habita profundidades menores que 50 metros e pode mergulhar até 30 metros. A espécie, que se alimenta de peixes, é comumente encontrada no litoral do Rio Grande do Sul.
Ainda segundo a instituição, o som emitido pelo animal se assemelha a um rugido de leão, e os pelos ao redor do rosto lembram uma juba, características que justificam seu nome popular.
Orientações
A Univille recomenda que a população não se aproxime nem toque em animais marinhos. Caso haja contato, é importante observar possíveis sintomas respiratórios por até dez dias.
Ao avistar um animal, vivo ou morto, deve-se notificar os órgãos ambientais competentes ou a prefeitura local.
Fonte: G1