Imagens subaquáticas de uma caravela-portuguesa (Physalia physalis) feitas em Bertioga, no litoral de São Paulo, mostram detalhes dos tentáculos gigantes da espécie, que, no vídeo, aparece rodeada por peixes. A reportagem teve acesso, nesta quinta-feira (1), a fotos e vídeos do fotógrafo Rafael Mesquita, que afirmou ter tomado todos os cuidados para fazer os registros.
Veja o vídeo.
Rafael fez o vídeo na última segunda-feira (29), por volta das 11h, em frente à Praia de Itaguaré. Segundo o biólogo marinho William Rodriguez Schepis, os peixes que aparecem nas imagens são dourados-do-mar (Coryphaena hippurus) juvenis.
“Ele tem o costume de ficar rodeando detritos que estejam flutuando. Isso é um hábito do dourado, ficar na superfície. E, quando são filhotes, eles vivem mais em cardumes e têm o hábito de ficar circundando objetos flutuantes até como uma forma de proteção”, disse.
Já na fase adulta, o macho e a fêmea têm aparências diferentes. Enquanto o macho tem a cabeça mais alta, a da fêmea é mais chata e arredondada para trás. “Ele nada nessa parte superficial da coluna d’água. É um peixe de velocidade, um predador que consome outros peixes menores, lulas…”.
Tentáculos de até 30 metros
As caravelas são predadoras e usam seus tentáculos com veneno paralisante para capturar as presas. O biólogo Andreth Oliveira informou ao g1, anteriormente, que os acidentes podem ter consequências ainda piores caso a vítima seja sensível ao veneno.
Rafael sai frequentemente para o mar em busca de encontros com animais. Ele toma uma série de cuidados na hora de se aproximar de espécies perigosas. Com as caravelas, de acordo com o fotógrafo, esse cuidado é redobrado, já que os tentáculos podem ter até 30 metros de comprimento.
“O cuidado tomado é sempre observar o mar antes de entrar. Se tiver caravelas na areia já é um sinal de que pode ter mais caravela no mar”, afirmou.
Armadilha chamativa
Apesar das cores belas e chamativas, os animais marinhos são capazes de causar graves queimaduras. A orientação é não tocar nelas. Segundo o biólogo Nauther Andres, na natureza as cores atraentes também funcionam como um “sinal de alerta” de perigo.
Segundo o biólogo, que também é mergulhador e educador ambiental, além de técnico de campo no Laboratório de Ecologia e Conservação Marinha da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), as cores das caravelas-portuguesas podem variar do transparente ao roxo azulado.
“Essa espécie possui toxinas independentemente da coloração”, disse ele. “Não atacam o humano, são animais livre natantes [que nadam livremente] com tentáculos superfinos que, na verdade, são uma colônia de vários indivíduos”, afirmou.
Fonte: G1