Fotógrafo faz registro de corvo marinho preso em linha de pesca, em Peruíbe

Um fotógrafo fez um registro impressionante de um biguá (Nannopterum brasilianus), conhecido como corvo marinho, em um rio de Peruíbe, no litoral de São Paulo. Vando Silva, de 30 anos, conseguiu a imagem do momento em que a ave aquática se enroscou em uma linha de pesca (veja abaixo).

Ave aquática se enroscou em linha de pesca em Peruíbe (SP) (Foto: Vando Silva/G1)

Vando contou que costuma ficar na beira do Rio Preto, no bairro Jardim Guarau, para fotografar guarás-vermelhos (Eudocimus ruber). Ele aguardava uma ave aparecer, no último domingo (28), quando foi surpreendido por um biguá.

Assim que o corvo marinho pousou na água, o fotógrafo afirmou ter posicionado a câmera. Ele contou ter visto pela tela do equipamento que o biguá havia se enroscado em uma linha de pesca.

Fotógrafo também gravou outra ave da mesma espécie se alimentando no Rio Preto, em Peruíbe (SP) (Foto: Vando Silva/G1)

“Uma cena desesperadora e triste”, lamentou Vando.

Imediatamente, o fotógrafo mandou mensagens a alguns amigos que poderiam estar por perto para ajudá-lo com uma tesoura ou faca. De acordo ele, a ideia era entrar no rio e cortar a linha de pesca para salvar o animal.

Enquanto procurava ajuda, a ave começou a se debater e conseguiu se desvencilhar do material de pesca. O fotógrafo explicou que a linha foi levada pela água, enquanto o biguá saiu voando.

“Na hora que ele se soltou, deu um sentimento de alívio. É muito triste ver isso […]. Dessa vez, ele escapou, mas nem todos têm essa chance”, disse Vando.

Corvo marinho

Corvo marinho conseguiu se soltar de linha de pesca sozinho, em Peruíbe (SP) (Foto: Vando Silva/G1)

Ao ver as imagens, o oceanógrafo, pesquisador científico e professor de pós-graduação, Edison Barbieri, afirmou que o animal era da espécie biguá (Nannopterum brasilianus), conhecida como corvo marinhoDe acordo com o especialista, a ave aquática é comum no litoral de São Paulo.

Ele explicou que o nome biguá tem origem tupi-guarani e significa “aquele que engole”, uma referência ao hábito de engolir peixes inteiros.

“Apesar de sua aparência desajeitada em terra, o biguá é um nadador extremamente ágil e eficiente […]. O biguá pode permanecer submerso por até um minuto e mergulhar a profundidades consideráveis”, afirmou Edison.

Fotógrafo flagrou ave aquática enroscada em linha de pesca em Peruíbe (SP) (Foto: Vando Silva/G1)

Durante o descanso, o especialista disse que o biguá precisa abrir as asas para secar as penas ao sol. De acordo com ele, o comportamento o torna facilmente avistável e pode ser demonstrado no registro de Vando.

Ainda segundo Edison, o biguá não é considerado uma espécie ameaçada de extinção, mas, como a maioria das aves aquáticas, enfrenta desafios por conta da poluição das águas. “Conservação e monitoramento são importantes para garantir que as populações permaneçam estáveis”.

Fonte: G1

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