Essenciais para a saúde e equilíbrio ecossistêmico dos oceanos, os tubarões estão entre os animais marinhos mais ameaçados do planeta. Por causa da pesca predatória, juntamente com a perda de habitat e a crise climática, 37% das espécies de tubarões e arraias do mundo estão ameaçadas de extinção.
À medida que as temperaturas da superfície do oceano sobem a níveis recordes neste ano, sem sinais de cessar, muitos tubarões estão apresentando comportamentos diferentes, mudando onde vivem, o que comem e como se reproduzem – o que pode causar efeitos em todo o ecossistema marinho.
A estimativa é da lista vermelha da International Union for Conservation of Nature (IUCN) – um indicador importante da saúde da biodiversidade mundial e do risco de extinção global de espécies de animais, fungos e plantas, acompanhado desde 1964.
Cientistas estão analisando os efeitos do calor. Além de mais quente, a água dos oceanos está mais ácida, o que está fazendo com que tubarões saiam de suas rotas tradicionais e migrem para outros terrritórios, atrás de suas presas e fontes de alimento preferidas que também estão mudando para mares mais frios.
Uma ecofisiologista e biomecânica, que estuda o desempenho da natação em peixes, disse à reportagem da CNN internacional que as mudanças de temperatura desempenham um papel dominante na maneira como os animais aquáticos respiram, digerem alimentos, crescem e se reproduzem.
No caso dos tubarões, a cada 10 graus que o oceano aquece, os processos fisiológicos dos tubarões dobram de velocidade, o que significa que eles precisam usar mais energia para nadarem e se manterem vivos – ou seja, precisam comer com mais frequência.
Entender a interação entre o comportamento do predador e da presa é fundamental ao considerar como os tubarões respondem à crise climática. Para melhorar seus processos fisiológicos, os tubarões estão respondendo ao aquecimento do oceano mudando a faixa latitudinal do seu caminho ou escolhendo águas mais profundas e mais frias.
Os tubarões são muito adaptáveis e resistiram aos cinco grandes eventos de extinção em massa nos últimos 400 milhões de anos, mas os cientistas não estão certos sobre como essas espécies continuarão reagindo às consequências da combinação de pesca ilegal, mudanças climáticas, escassez de presas e destruição de seus habitats.
O plano de organizações especialistas na conservação da biodiversidade é encontrar os novos refúgios dos tubarões ameaçados e trabalhar em conjunto com as comunidades locais para preservá-los.
Fonte: Um Só Planeta