Em saudação à ancestralidade africana e indígena, a ‘Mostra de Arte 18º Cortejo Quiloa’ ocorre de quarta-feira (1º) a domingo (5) e convida o público a dialogar sobre como será o futuro das manifestações populares e os meios para garantir sua existência. A programação inclui atividades educativas, exposição artística, vivências, roda de conversa, lançamento de documentário e videoclipe, música e o tradicional cortejo pelas ruas do Centro Histórico.
A mostra propõe a reflexão sobre ancestralidade, mostrando que é imprescindível lembrar a trajetória dos mais velhos, que construíram o caminho para os novos que estão chegando, valorizando assim a manifestação cultural existente há mais de 220 anos.
Nesta edição, o evento conta com a participação especial da Aldeia Tabaçu, de Peruíbe, trazendo a união entre a força dos povos indígenas com o maracatu. Outros destaques da programação são a lavagem com flores e perfumes da Nega Duda, além da presença do coco de roda com Nino da Xambá e a alegria dos festejos com o bloco Nu Vuco Vuco.
O evento está no Calendário Oficial da Cidade, e já é realizado há 18 anos, com expectativa de público de mais de 10 mil pessoas. A realização é da Associação Cultural Quiloa, com apoio da Prefeitura de Santos, Sesc Santos, além de parcerias com artistas e colaboradores do Maracatu Quiloa.
Programação
Quarta-feira (1º)
19h | Ensaio Geral | Quiloa Sede Centro (Rua General Câmara 102, Centro)
Quinta-feira (2)
9h | Vivência ‘Quiloa Maracatu na Escola’ | UME Leonor Mendes de Barros
Quiloa – Maracatu na Escola propõe realizar um trabalho em escolas públicas. O objetivo é “transmitir sensibilidade” sobre a manifestação do maracatu de baque virado, existente há mais de 220 anos, oriunda das coroações dos reis negros. Por meio de vivências artísticas de música (percussão e canto), dança, elementos cênicos e história, a proposta visa a valorização da cultura brasileira de raiz indígena e matriz africana, buscando protagonizar o povo negro e sua riqueza cultural.
Quinta-feira (2)
19h | Quiloa Sede Centro (Rua General Câmara, 102)
Exibição do documentário ‘Celebrações Indígenas do Litoral Paulista’
Inauguração de Exposição em homenagem ao fotógrafo Nicolas Santos*
Instalação e lançamento do videoclipe – ‘No Quiloa se encontrar’
*Nicolas Santos nasceu em Santos, em 1979, e sempre foi apaixonado por imagens e fotografia. Entrou no ramo e não pretendia mais sair, sempre procurando trazer o sentimento mais sincero de emoção em forma de imagem. Nicolas faleceu em 2022 e, em forma de agradecimento por todos os registros que fez do Quiloa, será inaugurada uma exposição em homenagem ao fotógrafo.
Sexta-feira (3)
19h | Lavagem com flores e perfumes com Nega Duda | Sesc Santos (Rua Conselheiro Ribas, 136)
Nascida em São Francisco do Conde, no Recôncavo Baiano, Dulcinéia Cardoso, conhecida como Nega Duda, teve contato com diversas manifestações tradicionais da região desde pequena, em especial com o samba de roda. Assim como o próprio ritmo, seu aprendizado se deu dentro de um terreiro de candomblé e pelas palmas de sua avó, Dona Buzu.
Nesta apresentação, a artista se reinventa e reconta suas histórias de origem, cantando, contando e sambando o Samba do Recôncavo, patrimônio histórico e cultural da humanidade. O samba de roda traz referências do culto aos orixás e caboclos, à capoeira e à comida de azeite. Com talento e carisma, Nega Duda cativa as plateias por onde passa e seus shows são uma celebração à autêntica cultura popular brasileira.
Sábado (4)
11h | Vivência – ‘Mais que loa é essa’ com Cinthia Tescare | Quiloa Sede Centro
Cinthia Tescare é pesquisadora, historiadora, teóloga, pedagoga e palhaça. É cofundadora do “Coletivo Identidades Negras” e aprendiz de cultura africana e afro-brasileira.
15h | Roda de conversa – Aldeia Tabaçu e Quiloa | Quiloa Sede Centro
Quiloa Maracatu recebe os integrantes da Aldeia indígena Tabaçu Reko Ypy para um intercâmbio cultural no qual compartilham experiências, visto que o grupo visitou recentemente a sede da Aldeia, localizada em Peruíbe, para a Festa do Fogo Sagrado. O encontro Quiloa e Aldeia não somente configura a partilha de conhecimentos, mas também de experiências entre dois grupos do litoral paulista, que são parte da resistência, resgate e preservação de história e identidade dos brasileiros.
17h | Beco do Quiloa (Rua Itororó – sem saída)
DJ Dani Castor • Baque coletivo • Coco Nino da Xambá & Convidados
DJ Dani Castor contou fortemente com a influência musical paterna durante a infância, despertando uma paixão pelo universo dos discos e LP’s desde cedo. É pesquisadora e colecionadora de discos. Como DJ, sua pesquisa musical transpassa em ritmos brasileiros marcantes, desde a década de 60 até os mais atuais, trazendo em sua discotecagem uma fusão de ritmos entre samba, sambalanço, funk-soul, bossa-nova, maracatu, coco, forró e suas vertentes.
Domingo (5)
A partir das 16h
Praça Mauá
DJ Damiso
Damiso Faustino toca com a proposta de pesquisa e difusão da cultura e da arte afro-diaspórica, trazendo em sua estética a poética e a musicalidade, que resgata, enaltece e potencializa a negritude em suas mais diversas vertentes.
Aldeia Tabaçu
Uma verdadeira imersão nas nossas raízes, de uma das aldeias indígenas mais tradicionais do estado de São Paulo. Serão apresentadas diversas danças e cantos em forma de agradecimento, com a utilização de objetos e vestimentas características.
Cortejo Maracatu Quiloa
Fundado em 5 de outubro de 2003, em Santos, o Maracatu Quiloa dedica-se à difusão e propagação da cultura do baque virado e das tradições de matriz africana. Ao longo de quase duas décadas, realiza projetos culturais, cursos e oficinas, com foco na percussão e dança. Também produz o ‘Cortejo’ e a ‘Mostra de Arte’, eventos já tradicionais na Cidade, que contam com diversas manifestações da cultura popular.
Por meio das composições autorais, as apresentações buscam narrar a trajetória do maracatu santista, contar as relações com seu território e as nações pernambucanas, como a Nação Porto Rico e a Nação Encanto do Pina, ambas de Recife, Pernambuco.
DJ Lufer (Sala Especial/Futuráfrica)
As sonoridades da América Central, da África e dos interiores do Brasil estão no repertório do santista DJ Lufer, que está à frente do projeto Futuráfrica, uma das festas que tem agitado a noite de Santos há dez anos.
Bloco Nu Vuco Vuco
Com uma mistura de sambas de enredo, samba-reggae, afro-samba, afoxé e marchinhas, o bloco Nu Vuco Vuco busca reviver a alegria dos antigos carnavais de rua. Extravasando o calor repreendido do dia a dia, guardado o ano inteiro, o desfile tem como objetivo exaltar o povo brasileiro e suas diferentes origens.
Fonte: PMS